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Flávia Saraiva, de 1,35 m, é esperança da ginástica nos jogos de 2016

Flávia é uma aposta para 2016 e faturou três medalhas nos Jogos da Juventude: duas pratas e um ouro.

16/09/2014 08:31

Algumas modalidades individuais são chave para o Brasil ter um bom desempenho nas Olimpíadas do Rio, em 2016. A ginástica é uma delas, distribuindo um grande número de medalhas, assim como são boxe e judô, por exemplo. A dois anos dos Jogos, uma ginasta de apenas 15 anos e 1,35 m de altura vem sendo moldada para brigar por vaga em finais e, quem sabe, até medalhas.

A saga de Flávia Saraiva é recente, mas tem uma parceira fundamental: sua mãe. Foi só com o sacrifício dela que a carioca pôde treinar para a ponto de participar dos Jogos da Juventude, no último mês de agosto, conquistando três medalhas: prata no individual geral e na trave, e o inédito ouro do país na modalidade, no solo.

Flávia era apenas uma garota com elasticidade acima da média e que vivia de cabeça para baixo nas ruas do bairro de Paciência, no Rio de Janeiro. Um dia, uma prima comentou com sua mãe que os movimentos se pareciam com os da ginástica e que ela poderia se dar bem na modalidade. Parecia natural. E o tempo provou que era.

Os pais da garota são simples, trabalham com cestas básicas. Mas, à época, a mãe teve de deixar de lado o serviço. A aposta forte na filha a fez mudar sua rotina só para que Flávia pudesse treinar.

"O diferencial da Flávia é que ela treina mais que as outras meninas. Ela é a primeira a começar e a última a ir embora. E isso só aconteceu porque a mãe dela largou o emprego para ajudar a levar ao ginásio. Eles não tinham como deixá-la, então ela ia, ficava junto as quatro horas de treino e ia embora com ela", conta o técnico da ginasta, Alexandre Cuia.

"Lá em casa todo mundo me apoia muito. Todo mundo fica nervoso em dia de competição. Esse foi meu primeiro esporte, no começo eu treinava sem pressão, não imaginava que ia chegar aqui. Depois, eu vi que estava ficando sério e que precisava me esforçar. Foi um caminho muito legal para eu seguir, sempre gostei da ginástica e me identifiquei", conta Flávia.

A ginasta conta que não esperava um desempenho tão bom nos Jogos da Juventude, realizados na China. Ela, por sinal, substituiu Rebeca Andrade, que se lesionou e teve de ser cortada da seleção. A troca em cima da hora deu resultado.

"Eu esperava uma, duas, então fiquei muito feliz. Eu me senti bem, fui fazer o meu melhor, dei meu melhor. E não fiquei esperando resultado", contou ela. Para o técnico, a experiência que ela ganhou é fundamental. "Apesar de ser nova, ela foi muito bem, até surpreendeu. Uma coisa diferente, além da parte técnica, é que trabalhamos para melhorar a concentração, o foco. Ela subiu, se apresentou, deu o melhor dela e segurou a onda. Há dois anos o objetivo era colocá-la na seleção, e conseguimos. Agora, é tentar a vaga na olimpíada e em seguida chegar numa final."

Pequenina divide rotina de treinos e estudo

Com apenas 1,35 m de altura �€“ ela já diz ter dois centímetros a mais que seu registro no site do COB -, Flávia destoa na escola, quando está ao lado dos amigos. Mas a baixinha diz que não sofre com isso e que este fator não é diferencial na ginástica. "Tem meninas altas que também vão muito bem", explica.

A rotina de treinos tem de ser combinada com os estudos. Flávia está no primeiro ano do ensino médio, e quer estudar psicologia quando for à faculdade. "Estudar e treinar é um pouco difícil, mas eu gosto. Precisa ter força de vontade."

Na hora dos treinos, ela é bem acompanhada. Está ao lado de Jade Barbosa, Daniele Hypólito e outras ginastas experientes.  Sobre Jade, ela se derrete: "Ela adora ajudar as pessoas, é alegre, feliz e tudo que você possa imaginar de melhor. Ela é uma amiga de verdade, conselheira e tudo de bom", disse, em um post no Instagram.

Apesar de tantas estrelas, ela ainda sonha conhecer a principal inspiradora de sua carreira, Gabrielle Douglas. "Assisto a seus vídeos, seus movimentos", diz a jovem, sobre a ídolo que é apenas três anos mais velha. O encontro não vai tardar. Quem sabe seja no Rio, em 2016.

Fonte: UOL
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