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Fifa prorroga suspensão de Marco Polo Del Nero até abril

Del Nero é apontado por ter cometido seis crimes. São eles: lavagem de dinheiro, estelionato, crime contra a ordem tributária, crime contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e crime eleitoral

14/03/2018 12:15

A Fifa renovou por mais 45 dias o banimento do presidente da CBF, Marco Polo del Nero. A decisão foi anunciada nesta quarta (14) pela entidade que controla o futebol no mundo.

Segundo o comunicado, a colombiana Maria Claudia Rojas, presidente da câmara de investigação do Comitê de Ética da Fifa, prorrogou o afastamento do cartola brasileiro. Em dezembro, Del Nero foi banido preventivamente por 90 dias pelo órgão da Fifa. Com a prorrogação do prazo, a Fifa pode punir o cartola até o final de abril.

Del Nero está há menos de três anos no poder. Neste período, ele passou a maior parte do seu mandato se defendendo de acusações de corrupção. O paulista era homem de confiança de José Maria Marin, ex-comandante da CBF, preso em maio de 2015. Assim como Marin, ele é acusado na Justiça dos EUA de participar de um esquema de recebimento de propina com cartolas da América do Sul.

De todos os denunciados, o ex-presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol) foi o último a perder o cargo. Desde a prisão de Marin, ele nunca mais deixou o Brasil.

Em dezembro, o ex-governador de São Paulo foi condenado por organização criminosa, fraude financeira e lavagem de dinheiro nos EUA. A pena só será anunciada em maio. Mesmo assim, Marin já cumpre pena pena num presídio no Brooklyn, em Nova York.

Na semana passada, Del Nero selou praticamente a eleição do diretor Executivo de Gestão da CBF, Rogério Caboclo, 45, para o seu lugar. Com o apoio de 25 das 27 federações, Caboclo será será candidato único na eleição de abril.Del Nero é acusado pelos promotores norte-americanos dos mesmos crimes. Apesar de a Fifa ter afastado o cartola desde dezembro, o dirigente praticamente ignora a punição imposta pela entidade. Nos últimos três meses, ele manteve contato diários com os integrantes da cúpula da CBF e articulou a sua sucessão.


Marco Polo Del Nero. Foto: Nelson Almeida/FolhaPress

O dirigente foi escolhido por Del Nero para manter o seu estilo de administrar, segundo aliados. "Ao votar no Caboclo, estou continuando a administração do Del Nero. A CBF hoje é uma entidade moderna", disse Francisco Cesário de Oliveira, presidente da Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul.

A CBF repassa R$ 75 mil mensais às 27 federações e paga R$ 20 mil por mês a cada presidente. O colégio eleitoral da CBF é formado pelas 27 federações e 40 clubes das Série A e B. Mas as federações são maioria por causa do sistema de peso dos votos.

CPI

Del Nero foi investigado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que encerrou seus trabalhos em dezembro de 2016 de forma inconclusiva: dois relatórios divergentes foram produzidos pela comissão. O texto oficial, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), não pediu nenhum indiciamento como resultado das investigações sobre contratos e negociações da CBF e seus dirigentes.

Já o relatório "alternativo" pediu o indiciamento de Del Nero, Marin e Ricardo Teixeira, também ex-comandante da entidade.

No trabalho de cerca de mil páginas assinado pelos senadores Romário (PSB-RJ) e Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP), Del Nero é apontado por ter cometido seis crimes. São eles: lavagem de dinheiro, estelionato, crime contra a ordem tributária, crime contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e crime eleitoral.

Mandava no show

Em dezembro, o advogado de Marin disse que seu cliente era como um rei que fazia os discursos e participava de cerimônias, mas era Marco Polo Del Nero, quem tomava as decisões.

"Marco Polo era quem mandava no show no futebol brasileiro", disse Stillman. "Os discursos pertenciam a Marin, mas as decisões eram de Del Nero. Ele era visto como quem mandava na CBF."

Del Nero foi braço direito da gestão Marin, que começou em março de 2012 após Ricardo Teixeira renunciar ao poder após mais de 20 anos no cargo. O presidente da CBF comanda a entidade desde maio de 2015 e tentaria a reeleição no próximo ano.

Paraense no comando

Com a punição imposta pela Fifa, a CBF será comandada por Antônio Carlos Nunes, 79, o coronel Nunes. Ex-presidente da FPF (Federação Paraense de Futebol), Nunes é o vice mais velho da CBF. Pelo estatuto da CBF, o mais velho é o primeiro na linha sucessória. Ele ficará no cargo até abril do próximo ano, quando se encerra o atual mandato.

Fonte: Folhapress
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