Por Paris, os cartazes da Copa do Mundo estão espalhados pela cidade que, a partir do dia 7, recebe as principais jogadoras do planeta. Nos hotéis de luxo onde estão os cartolas, a ordem na Fifa é também a de mudar o discurso e anunciar claramente que o futebol feminino é uma prioridade.
Mas nos documentos que os cartolas receberam nesta semana para o Congresso Anual da entidade, também em Paris, fica evidente a disparidade ainda dos prêmios entre as seleções femininas e as masculinas.
Pelo dados, a Fifa vai distribuir a todas as seleções que disputam a Copa na França neste mês um total acumulado de US$ 30 milhões. O valor representa pouco mais de 1% das reservas nos cofres da Fifa e muito inferior aos US$ 400 milhões que as 32 seleções do masculino receberam em 2018 na Rússia.
Se no final do ano passado a revelação do prêmio já causou mal-estar, agora o detalhamento dos valores e sua compara ção com o Mundial de 2022, no Catar, escancaram um mal-estar ainda maior.
Mesmo vencendo, a seleção feminina ganha menos - Foto: Reprodução
Para o próximo mundial, os homens receberão um total de US$ 440 milhões. Apenas o aumento entre 2018 e 2022 é superior a todo o prêmio pago para as meninas.
Só a seleção masculina vencedora no ano passado, a França, levou para cada US$ 38 milhões. Agora, quem vencer a Copa do Mundo Feminina vai ficar com meros US$ 4 milhões.
Mesmo que o Brasil de Marta volte com o troféu, sua seleção ganhará um quarto do que o Brasil de Neymar levou da Rússia, mesmo ficando longe da final.
Na verdade, seleções desclassificadas já na primeira fase como Panama, Peru e outras 14 deixaram a Rússia com uma receita extra de US$ 8 milhões cada. Portanto, a última colocada na Copa masculina ainda ganha duas vezes mais que a campeã entre as femininas.
Fonte: Folhapress