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Esquecida por Vadão, 'sucessora de Marta' busca recomeço

Aos 27 anos, a candidata a sucessora da camisa da seleção feminina está com a presença incerta para os ciclos olímpicos.

19/02/2020 08:56

A jogadora de futebol Thaisinha, 27, chegou à Olimpíada de Londres, em 2012, carregando uma comparação pesada. Aos 19 anos, após receber elogios públicos de Marta, a jovem atacante passou a ser apontada por muitos como principal candidata a sucessora da camisa 10 na seleção, então com 26 anos e que dava como incerta sua presença para os ciclos olímpicos seguintes.

"As comparações nunca me atrapalharam. Perdi o meu pai muito nova, e isso me fez amadurecer precocemente. Sempre soube separar e discernir quem ela é e quem sou eu", diz a jogadora à reportagem.

Apesar da maturidade, o roteiro não saiu conforme o planejado. A seleção caiu nas quartas de final nos Jogos, após ser derrotada por 2 a 0 pelo Japão, e a atacante passou a ser convocada com cada vez menos frequência.

Ficou fora das Copas de 2015 e 2019 e da Olimpíada do Rio, em 2016, quando o time comandado por Vadão.


Foto: Reprodução/Instagram

Após sete temporadas no Incheon Hyundai Steel Red Angels, da Coreia do Sul, a atacante está de volta ao Santos para sair de um esquecimento que jamais entendeu.

"O Vadão falou à Bia [Zaneratto, ex-companheira de clube na Coreia] que não me conhecia. Mas como ele vê a Bia e não me conhece? Confesso que me decepcionei muito com a seleção. Não falo que fui injustiçada, mas ficar fora do Mundial [de 2019] mexeu muito comigo. Seleção hoje é uma consequência, não o meu objetivo maior", afirma.

Na Coreia do Sul, ela conquistou sete títulos nacionais e colecionou prêmios individuais. O retorno ao Brasil foi uma escolha para ficar mais próxima da sua família.

"O lado financeiro ainda está muito distante. Eu vivia somente com o que recebia de premiações por gols, assistências e vitórias, mas queria voltar. Precisava estar perto da minha mãe", conta.

Incentivada pelo pai, Thaisinha largou o balé e começou a jogar futebol aos seis anos. A chance de seguir a carreira de jogadora apareceu quando ela foi aprovada em teste pela técnica Magali Fernandes, no Juventus.


Foto: Reprodução/Instagram

"Ela me ensinou tudo, me mostrou coisas que só conhecia de ver na TV. Até ali, jogar era só brincadeira", relembra.

Ao chegar ao Santos, passou a dividir o vestiário com jogadoras como Marta e Cristiane. Conquistou a Libertadores de 2009 e 2010, além da Copa do Brasil e do Paulista.

Thaisinha também viveu o período mais difícil da equipe, quando, em janeiro de 2012, o projeto de futebol feminino foi encerrado -foi retomado três anos depois.

O anúncio foi marcado pelo choro da zagueira Erika ao lado do então presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. O dirigente argumentou que o projeto de manutenção de Neymar, com alto custo para o clube, inviabilizou a continuidade do time.

"Saí daqui com o Santos acabando. Foi um baque, vimos o principal clube da época encerrando suas atividades. Hoje encontro outro cenário, com estádios cheios e mudanças visíveis. O futebol feminino mudou", afirma.

Em ano olímpico, ela ainda tenta fazer com que a técnica sueca da seleção brasileira, Pia Sundhage, desperte de volta a sua relação adormecida com a equipe nacional.

Na primeira convocação do ano, nesta terça (18), Pia chamou 23 jogadoras para torneio amistoso na França, de 2 a 11 de março. Do Santos, foram chamadas a atacante Cristiane e a zagueira Tayla.

Fonte: Folhapress
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