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Entre lágrimas e risos, Dante explica adeus

Ponteiro de 37 anos diz que "corpo pediu" aposentadoria. Atleta deixa as quadras após Superliga

21/03/2018 14:23

O ponteiro Dante explicou na manhã desta quarta-feira, 21, os motivos que o fizeram optar pela aposentadoria ao final desta temporada. Um dos principais nomes do vôlei brasileiro no século, o atleta fez parte da geração que faturou o ouro olímpico em Atenas, 2004, além das pratas em 2008 e 2012 e diversas conquistas mundiais com a seleção - foram sete Ligas Mundiais.

Ao explicar o adeus em coletiva de imprensa no Abaeté, Dante se emocionou e chegou às lágrimas. Mas no geral, se manteve sorridente. Segundo ele, a ideia vinha amadurecendo em sua mente desde o início da temporada. E conforme os jogos foram passando, as dores, antes incomuns, foram aparecendo. Este foi o sinal de que se não parasse por bem, logo uma lesão faria com que ele deixasse as quadras.

Um dos principais nomes do vôlei brasileiro no século, atleta anunciou a aposentadoria. (Foto: Reprodução/Instagram)

- Uma coisa, você pode escolher: como vai encerrar sua carreira. Isso aí, você tem o direito particular. Ao mesmo tempo que sua cabeça diz "vai", o corpo não responde como você pensa. Minha vida toda, eu pensei em encerrar minha carreira jogando um vôlei no nível que imagino que posso jogar, e não jogando muito inferior ao que eu gostaria. Quero deixar uma imagem muito boa para meus fãs e para quem acompanhar o voleibol - disse.

O Vôlei Taubaté inicia as quartas de final da Superliga no próximo domingo, 25, quando recebe Minas. Depois do término da competição, o ponteiro afirmou que pretende descansar e dar início a projetos sociais em Itumbiara-GO, onde cresceu, e Sorriso-MT, onde pretende morar.

- Os projetos estão praticamente feitos. Queria encerrar a carreira para presenciar de perto. São projetos para crianças carentes de até 16 anos. Eu fiz muita questão de fazê-lo porque é um jeito de contribuir com tudo que vivenciei. E quero acompanhar de perto. As crianças terão de estar matriculadas em escolas e com notas boas. Essa será nossa ênfase: criar cidadãos do bem - disse.

Carreira

Dante iniciou a carreira em 1999 pelo Três Corações-MG. Não demorou até que fosse convocado para a seleção brasileira. Participou de quatro Jogos Olímpicos. Em 2000, na Austrália, foi eleito terceiro melhor ponteiro da disputa, apesar do Brasil não faturar medalha. Nos jogos seguinte, em Atenas, veio o ouro. Segundo Dante, essa é a memória que carrega com mais carinho de sua carreira.

- A primeira convocação, você nunca esquece. O primeiro jogo pela seleção, eu tinha 17 anos, eu lembro como se fosse ontem. E o ápice de um atleta é ser campeão olímpico. É o seu limite conquistar uma medalha olímpica. A prata e o bronze também são ótimas, mas a ouro é o nível máximo em que você pode chegar. Foi em 2004 sim, ao ser campeão olímpico. Tem bastante coisa. Fomos tricampeões mundiais, algo histórico. E por todos clubes em que passei, ganhei títulos. Disso eu me orgulho - afirmou.

Dante é um dos principais nomes do vôlei brasileiro neste século (Foto: Reprodução/Instagram)

Se Dante elegeu com facilidade sua melhor recordação, na hora de escolher o melhor jogador que viu, ele preferiu sair pela tangente. Mas escolheu um grupo: a mesma seleção de 2004, pela forma como as peças se encaixaram.

- Eu vou ficar com o grupo da seleção que fiz parte. Seria injusto dizer um nome só. Seria injusto dizer Giba, Rodrigão ou Gustavo. Olha quanto nome. Ricardinho, Nalbert, Maurício, André Nascimento. É muito difícil. Gosto muito do jogo do André Nascimento. Giba é extraordinário fisicamente. Ricardinho colocou uma marcha a mais na seleção... Não dá pra falar um jogador. Mas aquele grupo que ganhou quase todos os campeonatos que o vôlei permite é o melhor grupo

Dante está em sua segunda passagem pelo Taubaté. Além de atuar no Brasil, ele teve passagens de sucesso pelo vôlei italiano, russo, grego e japonês. Apesar de todas as conquistas em seus 22 anos de carreira, quer o título da Superliga para fechar com chave de ouro sua trajetória.

- Pedi a eles, vocês têm o dever de me dar esse presente (risos). É uma brincadeira. Mas acho que vai ser um algo a mais para esse grupo. É um algo a mais para mim também. Creio que seja uma gasolina e que o grupo todo abraçou a causa. Me sinto muito honrado, pois eles se uniram e disseram que vão fazer de tudo para vencer - disse.

Fonte: Globo Esporte
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