Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Com Mattos, gasto com futebol do Palmeiras mais que dobrou

Com ele como diretor de futebol, o clube viveu um período de bonança, financiada pela patrocinadora Crefisa, instabilidade com técnicos e conquistas de títulos nacionais

02/12/2019 16:37

Próximo de completar cinco anos à frente do futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, foi demitido neste domingo (1º). Com ele como diretor de futebol, o clube viveu um período de bonança, financiada pela patrocinadora Crefisa, instabilidade com técnicos e conquistas de títulos nacionais -uma Copa do Brasil (2015) e dois Brasileiros (2016 e 2018). 
Com Mattos, o gasto do departamento de futebol do Palmeiras subiu de R$ 243,7 milhões em 2014 para R$ 537,6 mi em 2018, segundo valores do balanço anual alviverde, atualizados.
Nos anos que antecederam sua chegada, também houve crescimento, mas em menor proporção: 26,6% entre 2012 (primeiro ano disponível para consulta no site do Palmeiras) 2014, também em quantias corrigidas pela inflação.
O valor inclui direitos econômicos e de imagem, o pagamento de salários e até despesas administrativas do setor. Nos cinco primeiros meses de 2019, o time já acumulava R$ 230,5 milhões em despesas com o futebol.
Em 2018, o Palmeiras foi o clube que mais gastou com o departamento, quase R$ 150 milhões a mais que Corinthians e Flamengo, equipes que vem logo em seguida.
No período sob Mattos, o Palmeiras investiu em contratações. Foram 76 atletas que chegaram. Em 2015, no primeiro ano do dirigente, o clube registrou pouco mais de R$ 60 milhões em aquisições de novos atletas. No último, R$ 175 mi.
Apesar de o valor ter quase triplicado neste período (considerando números atualizados), é importante ressaltar que as cifras anuais podem conter parcelas de pagamentos de contratações antigas. Ao mesmo tempo, se algum jogador trazido por Mattos ainda tiver parte de sua transação a ser quitadas nos próximos anos, o valor ainda não consta nestes números.
No período, o Palmeiras também lucrou com a venda de atletas. Na última temporada, por exemplo, o clube divulgou uma receita de quase R$ 170 milhões com as negociações de Yerri Mina, Danilo, João Pedro, Fernando, Marcos França, Daniel Fuzato e Roger Guedes.
Com a principal função de contratar jogadores e montar um time campeão, acumulou nomes de peso que não converteram dinheiro em resultado dentro de campo.
Um dos principais gastos da última leva de reforços foi o meia Carlos Eduardo, 22. Ele custou cerca de US$ 6 milhões (R$ 25,2 mi) ao Palmeiras e fez apenas um gol nos 19 jogos que disputou na temporada.
Borja, que chegou, em 2017, como grande artilheiro do Atlético Nacional (COL) campeão da Libertadores, custou US$ 10,5 milhões (R$ 33 milhões à época), valor pago com ajuda da patrocinadora Crefisa, que aceitou auxiliar também em parte do salário de R$ 320 mil e com as luvas de R$ 1 milhão.
O atacante fez, em três temporadas com a camisa alviverde, 36 gols em 112 jogos (uma média de 37 partidas e 12 bolas na rede por ano).
Durante a gestão de Mattos, o Palmeiras teve oito técnicos -nunca começou e terminou um ano com o mesmo nome à beira do gramado.
Começou com Oswaldo de Oliveira e depois vieram Marcelo Oliveira, Eduardo Baptista, Cuca (duas vezes), Alberto Valentim, Roger Machado, Luiz Felipe Scoari e Mano Menezes.
Felipão e Cuca (em sua primeira passagem) foram campeões brasileiros e Marcelo Oliveira, da Copa do Brasil. Quem ficou mais tempo no cargo também foi Scolari, que chegou em julho de 2018 e foi embora em setembro deste ano.
Poderoso desde 2015 no clube, o dirigente recebia salário de R$ 180 mil em 2017 e 2018, cifra que aumentou após ele ter renovado seu vínculo com o clube, no fim do ano passado, até 2021. Também tinha o aluguel de seu apartamento na capital paulista pago pelo clube.
Além disso, recebia premiações pelo desempenho da equipe. Faturou R$ 22.433,37 com o primeiro lugar na fase de grupos da Libertadores em 2018. Também ganhou mais R$ 16.825,03 após o time eliminar o América-MG na Copa do Brasil.
Os valores foram divulgados pelo conselho fiscal do clube, órgão que fazia oposição à presença do diretor.

Fonte: Folhapress
Mais sobre: