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Carta com ofensas a Galiotte dá força a plano palmeirense de manter Crefisa

O fato novo brecou as conversas, mas a carta divulgada no último domingo (16) por Rubnei Quícoli, representante da Blackstar no Brasil.

17/12/2018 11:12

O Palmeiras já tinha as negociações bem adiantadas para uma renovação por três anos com a patrocinadora Crefisa quando apareceu a proposta da Blackstar, uma empresa com sede em Hong Kong que apresentou uma carta de intenções ao clube um dia antes da eleição presidencial prometendo pagar R$ 1 bilhão à vista por um acordo de dez anos. O fato novo brecou as conversas, mas a carta divulgada no último domingo (16) por Rubnei Quícoli, representante da Blackstar no Brasil, dá forças para o clube alviverde manter o plano inicial de seguir com a atual parceria com a companhia de Leila Pereira.

A carta de Quícoli, que contém ofensas duras a Galiotte, chamando o presidente de "patético" e "despreparado", teve péssima repercussão. Mesmo palmeirenses que não aprovam totalmente a relação com a Crefisa repudiaram o tom agressivo da manifestação do empresário, que se irritou após o Palmeiras exigir dele explicações maiores sobre o organograma e as origens da Blackstar antes de avançar na negociação.

Quícoli ainda não respondeu as perguntas feitas pelo Palmeiras por e-mail e resolveu partir para a ofensiva contra Galiotte. No clube, a avaliação interna da diretoria sempre foi de que a proposta do empresário - que chegou até o clube pelo ex-presidente Paulo Nobre e o ex-vice Genaro Marino, ambos opositores da atual gestão - tinha como objetivo desestabilizar o ambiente e minar a influência de Leila.

Mesmo assim, a postura do Palmeiras foi manter as negociações com a Crefisa em suspenso enquanto buscava obter mais informações sobre a Blackstar. A intenção foi de analisar a oferta de forma técnica para tentar evitar possíveis acusações de favorecimento político à empresa de Leila Pereira, principal aliada de Galiotte e grande cabo eleitoral de sua reeleição. Apoiado pela maioria dos sócios e conselheiros, ele venceu Genaro no pleito de novembro e conquistou o direito de seguir no comando do Palmeiras até 2021.


Presidente e vice-presidente do Palmeiras. Foto: Divulgação

Agora, a tendência de renovar com a Crefisa se fortalece ainda mais. Atualmente, o clube recebe pelo menos R$ 78 milhões anuais pelo patrocínio, além de bonificações por metas de desempenho nos campeonatos. As negociações, que já estavam encaminhadas antes de a Blackstar aparecer, devem ser retomadas em breve para que os últimos detalhes sejam acertados.

A relação de Galiotte com a Crefisa foi a principal dor de cabeça política para o presidente alviverde neste ano. O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), órgão interno de maioria oposicionista, rejeitou sucessivamente os balancetes financeiros mensais do clube por causa dos aditivos assinados em janeiro que fizeram com que o Palmeiras contraísse uma dívida de pelo menos R$ 120 milhões com a patrocinadora. A solução de Galiotte foi convocar uma votação extraordinária para que o Conselho Deliberativo aprovasse os aditivos.

A oposição também acusou a situação de manobrar para que Leila Pereira pudesse assumir a presidência já em 2021, quando terá os cinco anos necessários como conselheira, ao apoiar o aumento da duração do mandato presidencial de dois para três anos. A mudança foi aprovada pelos conselheiros e sócios e já está valendo para o segundo mandato de Galiotte, que começou oficialmente no último sábado (15). Leila, por sua vez, nega que a alteração a tenha beneficiado e não confirma a intenção de se candidatar à presidência daqui a três anos.

Fonte: UOL
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