Bia Zaneratto está fechando seu quinto ano no futebol da Coreia do Sul. Por lá, é o grande destaque da modalidade, sendo uma das mais valorizadas financeiramente da WK-League. O cuidado do seu clube, o Incheon Red Angels, se justifica. Ela soma nada menos do que 16 gols na competição nacional, que ainda está na metade - além da liderança em assistências com 8. E a comparação com a temporada passada mostra a evolução da atacante da seleção brasileira. Na anterior, ao longo de toda a disputa, ela somou 13 gols. A importância de Bia se vê em sua liberdade no esquema do time comandado por Choi In-chol.
- Jogo mais perto do gol, mais centralizada. Mas tenho total liberdade também para vir de trás. Tenho liberdade para deixar meu jogo fluir. Tanto dentro da área como buscar a bola. Um dos meus pontos fortes é a força física. Tentando sempre buscar o gol, tentando dar passes. Eu acredito que evoluí a cada ano. Estamos na metade do campeonato e tenho 16 gols. Ano passado terminei o mesmo campeonato com 13.
Campeão nacional por quatro anos seguidos, o Red Angels já se habilita a faturar novamente o título na atual temporada. Apesar da derrota para o Gyeongju na última rodada por 1 a 0, a equipe está no mesmo ritmo do Corinthians no Brasileirão. Tem oito pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Icheon Daekyo - 42 contra 34. Bia coloca que, antes de sua chegada e de Thais, o clube não havia sido campeão. O acréscimo de qualidade mostra a importância da brasileira no grupo.
- São oito pontos de vantagem para o segundo colocado. A gente vem fazendo um bom trabalho. Se for olhar os resultados dos jogos temos feito muitos gols. Resultado da nossa campanha. Quatro anos consecutivos sendo campeãs. É o time mais forte da Coreia. Um detalhe é que antes da minha chegada e da Thaís o clube não tinha sido campeão. Não digo que fomos responsáveis, mas tivemos boa contribuição.
Bia dá agora um tempo na disputa nacional na Coreia do Sul e participa com a seleção brasileira do Torneio das Nações, nos Estados Unidos. O primeiro adversário será o Japão nesta quinta-feira, no CenturyLink Field, em Seattle. Em seguida, dia 30, a equipe encara os Estados Unidos, em San Diego. Dia 3 de agosto, o compromisso é diante da Austrália, a quem Bia já salienta até mesmo uma certa rivalidade pelos confrontos recentes na Copa do Mundo em 2015 e nas Olimpíadas do Rio. Ela acrescenta que será o grande teste até o momento depois da disputa dos Jogos.
- Eu acho que é o grande teste (Torneio das Nações). A Emily vai conseguir ter a maioria das jogadoras que ela queria. Espero dar o melhor e evoluir com a seleção diante de grandes equipes do melhor nível do futebol feminino: Japão, Estados Unidos, Austrália, que já virou uma rixa (risos).
No comando da seleção feminina desde novembro, Emily ainda busca a melhor formação e faz alguns testes até mesmo em preparação para a primeira importante competição sob seu comando, a Copa América 2018, no Chile, que garante vagas na Copa do Mundo 2019 (2,5 vagas), Jogos Olímpicos 2020 (duas vagas) e Pan 2019 (quatro). Nos testes, a treinadora quis ver a movimentação de Bia mais recuada no campo já que ela possui a arrancada como uma grande arma. Contra a Bolívia, atuou mais distante do gol. Contra Espanha e Islândia, retornou ao posicionamento antigo.
- O jogo contra a Bolívia ela modificou. Joguei mais como meia aberta, não joguei no ataque mesmo. Contra Espanha e Islândia já joguei de atacante mesmo. Na seleção, minha posição mesmo é no ataque. Ela me falou que ela queria ver naquele setor meu estilo de arrancada que mostrei no Torneio de Manaus. Mas meu lugar é no ataque onde eu vim desde o sub-20.