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Arremesso de Ouro: de "˜garoto problema"™ a promessa do atletismo

Aos 17 anos, Luiz Fábio deixa de ser o menino que faltava aulas, supera as barreiras e sonha em ir a um mundial

25/11/2017 08:51

Luiz Fábio, 17 anos, medalhista nos Jogos Escolares da Juventude etapa de 15 a 17 anos. A história do garoto que mora no bairro Vamos Ver o Sol, na zona Sul de Teresina, nem sempre foi marcada por vitória. Há dois anos, ele era tido como um “adolescente problema”. Hoje, ele desponta como uma promessa do atletismo piauiense nas provas de ar remesso de disco e peso.

A trajetória de Luiz Fábio não é das mais fáceis. Todos os dias, ele precisa ultrapassar barreiras dentro e fora de casa, além da falta de apoio financeiro, para seguir e persistir no seu maior sonho: ser um atleta profissional.


Luiz Fábio, medalha de ouro e prata  nos Jogos  Escolares da Juventude (Foto: Jailson Soares/O Dia)

Esse sonho, aliás, nasceu em há pouco tempo. Em 2015, o professor de educação física Alberto Sobrinho o descobriu. Fabinho, como era conhecido, nem de longe se parecia com o menino doce e de sorriso fácil que se vê hoje em dia.

“Ele sempre foi um aluno que não frequentava muito a escola, faltava muito, tanto que chegou a reprovar dois anos. Sempre via ele no campo caçando passarinho enquanto deveria estar na sala. Tem uma família complicada, irmão preso e outro que vive no lado errado do mundo. A mãe se desdobra. Então, nada é fácil para ele”, relata Alberto.

Para os colegas, referência 

A história de Luiz Fábio se confunde com a de muitos outros nomes que passam pelas mesmas dificuldades e que usam o esporte como a oportunidade de um futuro melhor. O aluno do nono da Unidade Escolar Jornalista João Emílio Falcão, no Bairro Vamos Ver o Sol, tem algo a mais. Para a diretora da escola, a palavra disciplina explica porque o garoto que faltava as aulas hoje é uma das apostas no atletismo.


Jailson Soares/O Dia

“Tem que ter um cabeça de chave, e coloco o Alberto (Sobrinho, treinador) como esse grande mestre. O corpo da escola como um todo, desde o zelador até a diretoria, todos incentivam. Para você ter uma ideia, a escola que pagou as roupas para ele competir nos Jogos, e já pagamos até mesmo passagens aéreas. Nós ajudamos porque ele tem foco e vem mostrando para ele mesmo do que é capaz. Ele se tornou referência para os colegas pelos resultados e atitudes”, disse Socorro Santos.

Brasileiro, Mundial ...

O ano de 2017 foi o último de Luiz Fábio nos Jogos Escolares. E, na sua despedida, ele conseguiu não só um ouro e uma prata como também percebeu seu potencial. Isso porque houve uma melhora significativa nas suas marcas.

No arremesso de peso, ele fez pouco mais de 19m. Por um centímetro, Luiz Fábio não se tornou o dono do novo recorde brasileiro na categoria. O desempenho valeu o ouro. No disco, uma prata após conseguir arremessar com 58,47cm. Com as duas medalhas no peito, o menino de 17 anos começa a pensar na temporada 2018.

“Não foram as marcas que eu queria, mas foram boas se colocarmos no ranking. Agora, eu quero conseguir índice para o Campeonato Brasileiro e também o Mundial, que acontece na Finlândia, e eu pretendo ir. Eu tenho a intenção de crescer muito no meio esportivo, especificamente no atletismo, pois é algo que eu me identifiquei”, ressalta Luiz Fábio.

Por: Pâmella Maranhão - Jornal O Dia
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