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Anderson minimiza piadas por doping e brinca: "Fui de bombado a broxa"

Ex-campeão vê assunto como superado, lamenta prisão de Jon Jones, afasta aposentadoria e critica acordo entre Reebok e UFC: "Prejudicial aos atletas"

30/03/2016 12:29

Um inédito caso de doping após anos de carreira mexeu com Anderson Silva, ex-campeão peso-médio do UFC. O tom de brincadeira ao tratar do assunto, porém, indica que Spider enxerga o episódio como parte do passado. 

Em entrevista à imprensa durante a festa de lançamento do UFC 198, em Curitiba, na terça-feira, Spider respondeu com bom humor ao falar das brincadeiras que surgiram na internet após ele afirmar, durante audiência da Comissão Atlética de Nevada, em agosto passado, que teria feito uso de um estimulante sexual que estaria contaminado com substâncias proibidas:

Anderson Silva (Foto: Brazil Photo Press/Folhapress)

- Eu não tenho problema em falar disso, apesar de ter passado. Eu saí de bombado para broxa muito rápido. Mas, está tudo bem, tudo certo. Se eu tivesse tomado anabolizante, teria voz grossa - declarou o paulista, que volta ao octógono dia 14 de maio, contra Uriah Hall, no evento que acontecerá na Arena da Baixada, na capital paranaense.

Por falar em passado, Anderson Silva não demonstrou sentir muito a ausência do cinturão, que o acompanhou durante anos. A vontade de disputar o título outra vez, no entanto, ainda se faz presente - ainda que ele complete 41 anos de idade em abril.

- Tenho boas e más lembranças, mas não sinto falta, não. Eu fiz coisas que algumas pessoas duvidavam, que achavam impossível. Cheguei ao UFC com 29 ou 30 anos, tinha na minha mente de fazer tudo diferente do que todos haviam feito. E, durante muito tempo, consegui. A idade vai chegando... Mas ainda tenho essa energia, essa vontade. Claro que não posso esquecer da idade, que estarei lutando com atletas mais novos. Meu contrato tem muitas lutas e, se eu me credenciar, acredito que poderei lutar de novo pelo cinturão. Eu me vejo campeão todos os dias.

Anderson - que declarou não ter planos de se aposentar tão cedo - critica ainda o acordo entre UFC e Reebok, lamenta a prisão de Jon Jones, ex-campeão dos meio-pesados do Ultimate e revela preocupação com a falta de novos talentos do Brasil na organização:

Confira abaixo: 

Lesão na canela contra o Bisping

Pelo amor de Deus, não fala de lesão na canela, não. Vamos falar de coisas boas (risos). Eu senti que, quando dei um chute, bati com o peito de pé no cotovelo dele e senti um pouco. Isso não influenciou de maneira alguma (na performance).

Reviu a luta?
Acredito que venci a luta, mas perdi a briga.

Derrota digerida
Já foi digerida. Vitórias e derrotas andam lado a lado. Não tive só vitórias na minha inteira. O importante é voltar inteiro para casa.
Menos resistência a golpes
Quando tomei o golpe (do Bisping), continuei olhando para ele e parti para o contra-golpe. Méritos dele por ter vencido. Espero que ele melhore para fazermos uma revanche.
Momento da virada contra o Hall
Não existe virada para mim. Luta é luta. Estou feliz pela oportunidade de lutar aqui em Curitiba. Ali dentro eu sou 100% Anderson Silva, controlo 100% as minhas ações. Isso não tem preço que pague.
Pressão pelo jejum de vitórias
Não, de forma alguma. Eu não me sinto pressionado. Cada um tem fazer o seu trabalho com verdade e amor. Eu luto porque eu gosto, não por precisar. Teve época que precisei, hoje em dia, não mais. Nada do que fiz eu mudaria. É meu jeito de lutar. Luto com a minha verdade.
Luta de cinco rounds
Fiquei muito triste por isso não acontecer, pois estou acostumado. Meu tempo de reação, de raciocínio, vai mudar. Mesmo no começo da minha carreira, o treinamento era voltado para o tempo, que precisa ser mais rápido.
Mudanças pelos maus resultados recentes
Eu não pretendo fazer nada. Continuo fazendo as mesmas coisas, não vou mudar nada. Não é resistência à mudança, mas meu estilo de luta, não. Intercâmbio, contratar gente, eu sempre faço. Minha cabeça está sempre aberta a novos conhecimentos, mas mudar meu estilo, jamais.
Sentimento ao ouvir que "brinca" nas lutas
Ali dentro não tem brincadeira. Você acha que quando quebrei a minha perna eu estava brincando? Então... as pessoas falam muita bobagem. É opinião de pessoas que não entendem, que nunca levaram soco, que nunca lutaram. Tem que deixar as pessoas falarem e seguir trabalhando.

Prisão de Jon Jones
Sou muito amigo dele. Fico triste, porque é um garoto novo, que tem certas inseguranças. É um bom garoto. O UFC deveria ter treinamentos para que os novos talentos, possíveis campeões, saibam lidar com fama, dinheiro... É como os clubes de futebol fazem hoje em dia, um trabalho de base. Não vi o vídeo (da prisão), mas fiquei muito triste. Quem me deu a notícia foi meu filho, o Kalyl, que é fã dele, muito mesmo. Chora quando vê as lutas dele. Fiquei chateado. O Jon Jones é um grande amigo, um ídolo e é uma pena que aconteça isso com ele de novo.

Incômodo por piadas do doping
Não... Eu não tenho problema em falar disso, apesar de ter passado. Eu saí de bombado para broxa muito rápido. Mas, está tudo bem, tudo certo. Se eu tivesse tomado anabolizante, teria voz grossa.
Mancha
Não, de forma alguma. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Quando subo no octógono, subo para mostrar minha verdade. As pessoas podem falar o que elas quiserem, mas não podem tirar isso de mim.
O quanto pensa no cinturão
Tenho boas e más lembranças, mas não sinto falta, não. Eu fiz coisas que algumas pessoas duvidavam, que achavam impossível. Cheguei ao UFC com 29 ou 30 anos, tinha em mente fazer tudo diferente do que todos haviam feito. E, durante muito tempo, consegui. A idade vai chegando... Mas ainda tenho essa energia, essa vontade. Claro que não posso esquecer da idade, que estarei lutando com atletas mais novos. Meu contrato possui muitas lutas e, se eu me credenciar, acredito que poderei lutar de novo pelo cinturão. Eu me vejo campeão todos os dias.
Anderson x Belfort 2
O que tiver que acontecer, vai acontecer. O Vitor é um grande lutador, merece todo o respeito. Antes de eu pensar em lutar, ele, com 19 anos, era campeão do UFC. Ele merecia lutar pelo título de novo, por tudo o que provou e fez. 
Mudanças na categoria
Virou um bololô total, não dá para saber o que vai acontecer mais, quem vai vencer e quem vai perder. Isso é legal, deu uma agitada. Tive meu tempo, minhas oportunidades, meus momentos mágicos com o cinturão.
Renovação brasileira no UFC
Isso me preocupa bastante, não temos ninguém para substituir (os veteranos). Fico preocupado com isso, é o que acontece no futebol e em outros esportes. Eu não vejo ninguém na atualidade que possa ser campeão, infelizmente.

Volta de GSP
Eu não tenho como falar se ele deveria ou não voltar. Ele que precisa decidir. É um grande nome, um grande atleta e o respeito muito. Uma superluta contra ele seria legal.

Rotatividade entre os campeões
É legal, ficou dinâmico. Quem não estiver preparado, vai rodar.
Parceria entre Reebok e UFC
Eu tinha um contrato com a Nike, todo mundo sabe que sou fã da marca. Nós, atletas do UFC, temos que nos moldar porque o UFC tem contrato com a Reebok. É como no futebol, mas é diferente por você poder escolher sua chuteira. A chuteira, no MMA, é o nosso short, mas não temos esse direito. O Vitor Belfort tem razão (perda de dinheiro após a entrada da Reebok). É prejudicial aos atletas. Conversei com o Lorenzo e o Dana, na qual disse que não estava contente com essa situação, mas temos uma parceria e vamos até o final.
Aposentadoria
Eu não estou pensando nisso atualmente. Estou tentando manter os treinos, está tudo bem e não pretendo me aposentar tão cedo.
Fonte: Sportv - Combate
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