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Agente quer bloquear contas do Santos por dívida com Lucas Lima

A empresa Khodor Soccer afirma que o clube possui dinheiro em caixa porque vendeu em junho o atacante Rodrigo para o Real Madrid.

24/08/2018 09:42

O empresário Edson Khodor quer bloquear as contas bancárias do Santos por causa de prêmios não pagos ao meia Lucas Lima entre 2015 e 2017, quando o meia estava na Vila Belmiro.

O empresário, dono da empresa Khodor Soccer, afirma que o clube possui dinheiro em caixa porque vendeu em junho o atacante Rodrygo para o Real Madrid (ESP) por R$ 172 milhões. A ação, com juros e honorários, supera a marca de R$ 800 mil.

De acordo com o que alega no processo, ao qual a reportagem teve acesso, a Khodor Soccer aciona o Santos porque Lucas Lima lhe cedeu seus "direitos de personalidade de atleta profissional" no período.

A cobrança é por metas alcançadas enquanto o meia defendeu o clube. Lima deixou a equipe no final do ano passado de forma conturbada, após assinar com o rival Palmeiras, onde joga atualmente.

O juiz Claudio Teixeira Villar já deu uma primeira decisão mandando o Santos ser citado para quitar a quantia ou apresentar oposição. O clube ofereceu à penhora um prédio próximo ao estádio da Vila Belmiro, na rua Tiradentes, avaliado em R$ 1,06 milhão.

Em resposta, os advogados da Khodor Soccer rejeitaram a oferta do edifício e querem a penhora das contas bancárias do clube. Eles citam a venda de Rodrygo ao Real Madrid, por 40 milhões de euros (R$ 190 milhões), em junho, para apontar que o Santos tem dinheiro em caixa.


Lucas Lima hoje joga pelo Palmeiras (Foto: Reprodução/Instagram)

Por outro lado, um processo movido pelo agente Giuliano Bertolucci, ao qual a Folha teve acesso, mostra que as contas do time alvinegro não andam tão bem, mesmo com a negociação do atleta.

Após ordem de bloqueio, a Justiça encontrou R$ 148.568,59 nas contas do clube em julho, quantia que hoje segue bloqueada por conta da ação de Bertolucci.

A Khodor Soccer afirmou à Justiça que o Santos deve a Lima R$ 100 mil por ter chegado às semifinais e final do Paulista de 2015 e mais R$ 100 mil pelos mesmos objetivos alcançados em 2016.

Também quer o pagamento de R$ 305 mil pela classificação entre os quatro melhores do Campeonato Brasileiro de 2016 e 2017.

"Inúmeras foram as tentativas na esfera amigável visando a resolução das pendências, porém foram todas infrutíferas", alega a empresa de Khodor, na ação.

Não é o primeiro processo da Khodor Soccer contra o Santos este ano. Em maio, ele cobrou comissão de R$ 230 mil pela exploração comercial dos direitos de Lucas Lima.

Pelo acordo, o time alvinegro pagava à empresa uma mensalidade de R$ 36 mil ao longo de 2017, mas não quitou as últimas parcelas. No mês passado, o Santos fez um acordo para pagar R$ 200 mil à Khodor por conta da inadimplência, resolvendo esse processo anterior. Semanas depois, a empresa voltou à Justiça, desta vez para cobrar os prêmios de Lucas Lima.

Contratado em 2014, o meia deixou o Santos no final do ano passado. Ele fez parte das equipes campeãs do Paulista de 2015 e 2016. Saiu da Vila Belmiro ao final do seu contrato, em dezembro do ano passado, após recusar repetidas ofertas de renovação.

Na última temporada, o relacionamento do jogador com a torcida se deteriorou. Além de más atuações em campo, houve irritação por conversas do atleta com o Barcelona. Lima passou a ser agenciado por Neymar da Silva Santos, pai do atacante Neymar.

Em novembro, o meia foi afastado do elenco pela diretoria, ao ficar evidente que ele não aceitaria a oferta para continuar no Santos.

Quando a negociação com o Palmeiras foi fechada, Neymar da Silva Santos recebeu R$ 4 milhões pela intermediação, feita junto ao diretor Alexandre Mattos, amigo pessoal do empresário.

Em contato com a reportagem, Edson Khodor confirmou o processo, mas disse que não gostaria de comentar por enquanto porque o departamento jurídico de sua empresa está cuidando do assunto.

Já Modesto Roma Júnior, ex-presidente do Santos entre 2015 e 2017 responsável pelos aditamentos do acordo que incluíram as premiações a serem pagas ao jogador, disse não se lembrar do fato.

"Não me lembro [do acordo para o pagamento da premiação]. Imagina se eu for lembrar de todos os contratos do tempo em que eu era presidente... Mas é simples. Se está em contrato, tem de pagar. Se não está, não paga", disse o ex-presidente Modesto Roma Júnior.

A Folha tentou contato com Lucas Lima por meio das assessorias de imprensa do Palmeiras e da NN Consultoria, empresa do pai de Neymar, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição.

O atual presidente do Santos, José Carlos Peres, também não se pronunciou até a conclusão desta edição. O departamento jurídico do time alvinegro está ciente do processo e tenta evitar a penhora das contas bancárias do clube.

Fonte: Folhapress
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