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Acidente de Schumacher faz explodir venda de capacetes para esqui

No fim de semana, Michael Schumacher sofreu um acidente nas pistas de Meribel, na França.

02/01/2014 08:36

Nas lojas da luxuosa estação de esqui de Meribel, vendedores admitem que um item viu uma explosão em sua procura desde domingo: capacetes para esquiar. No fim de semana, Michael Schumacher sofreu um acidente nas pistas de Meribel, na França, e os médicos confirmaram que ele só sobreviveu até o hospital porque levava um capacete, que acabou rachando no choque.

O Estado visitou o local ontem e constatou que o assunto domina todas as conversas em bares, lojas e hotéis. Em vários países europeus, o uso da proteção já se tornou uma obrigação, como no caso da Suíça e Itália. Na França, porém, não se trata de uma exigência legal e, em Meribel, não existe uma regra clara.

Ainda assim, vendedores de lojas de artigos esportivos na pequena cidade são unânimes: o item mais procurado na virada do ano era o capacete. "Fui obrigado a encomendar um novo estoque", declarou Jean Claude Gay, gerente de uma das lojas. Ao lado de seu estabelecimento, outra loja também confirma que a venda "explodiu". Em sua loja, o produto ia de cerca de R$ 120 a quase R$ 1 mil para os mais sofisticados. 

"Há dez anos, se alguém chegasse de capacete em uma pista de esqui seria alvo até de piada", disse Anne Marie, uma vendedora que há 23 anos trabalha em Meribel. "Hoje, os pais são constrangidos se seus filhos estão sem a proteção", disse. Em 2012, a seguradora de viagem Essential Travel passou a exigir o uso de capacete entre os turistas que sobem a cada ano as montanhas. Na Giro, uma das empresas que fabrica o produto, a última década registrou uma "revolução" na atitude das pessoas. 

Segundo a Sociedade Internacional para a Segurança no Esqui, em média hoje 80% dos praticantes de esportes de neve usam capacetes. De acordo com os números da Associação Nacional de Esquiadores dos EUA, o número de usuários triplicou em dez anos e, hoje, 70% dos esquiadores sobem as montanhas com capacetes.

FALSA PROTE�‡�ƒO

Mas nem por isso o capacete tem salvado mais vidas. Isso porque, segundo os especialistas, um número cada vez maior de pessoas tem adotado um comportamento de risco nas pistas, justamente pensando que estão totalmente protegidas ao usar capacetes.

Dados colhidos em diversos países mostram que acidentes cerebrais graves tem aumentado quase na mesma proporção que o uso de capacetes. O número de mortes também não caiu nos últimos dez anos, ficando em cerca de um caso para cada 1,4 milhão de pessoas que compram na Europa bilhetes para subir os teleféricos.

Fabricantes declararam nos últimos dias que estão tentando introduzir novas tecnologias em seus produtos para justamente reforçar a proteção. Uma delas seria a Multi-directional Impact Protection System, ou MIPS, criada para tentar absorver o impacto na hora do choque. 

Fonte: Estadão
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