Um estudo publicado na terça-feira por cientistas dos EUA apontou enorme presença de danos cerebrais em jogadores de futebol americano. De acordo com a pesquisa, divulgada no Journal of the American Medical Association, 99% dos jogadores da NFL - a liga de futebol americano dos EUA - estudados têm traços de encefalopatia traumática crônica (ETC).
A doença, cujos sintomas incluem perda de memória e alterações motoras semelhantes às observadas Mal de Parkison, também é chamada de "demência pugilística" por conta de sua presença notória em ex-boxeadores. O estudo avaliou 111 ex-jogadores com passagem na NFL, e apenas um não apresentou sinais de ETC.
"Não há dúvida de que este é um problema do futebol americano. Pessoas que praticam este esporte correm risco de ter essa doença", explicou a Dr. Ann McKee, diretoria do Centro de ETC da Universidade de Boston e uma das pesquisadoras que conduziu o estudo.
No total, os pesquisadores avaliaram 202 atletas e ex-atletas de futebol americano, com idades entre 23 e 89 anos, dos quais 111 haviam atuado na NFL. No grupo geral, 87% apresentou sinais de danos cerebrais.
Em comunicado emitido na terça-feira, a NFL agradeceu a contribuição dos pesquisadores para esclarecer os riscos da exposição a pancadas na cabeça no esporte e disse apoiar estudos nesse sentido.
"Ainda há muitas perguntas não respondidas com relação a causa, incidência e efeitos de longo prazo de traumas cerebrais como o ETC", diz o comunicado.
Fonte: O Globo