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Minas Trend mostra que a moda pode ser democrática

Semana de moda mineira, em Belo Horizonte, inicia com espaço dedicado à moda autoral de novos criadores em plena ascensão.

30/10/2018 11:35

A moda funciona como um sistema pulsante. O coração, símbolo escolhido para a 23ª edição do Minas Trend, semana de moda mineira realizada em Belo Horizonte, traduz bem isso. Norteado pelo tema “Agora e para Sempre”, o evento apresenta, até o próximo dia 1º, os lançamentos oficiais para a temporada outono-inverno/2019, em um salão de negócios e também na passarela. Com mudanças na gestão da FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, entidade realizado do Minas Trend, a edição é marcada por novidades, como a escolha do estilista Ronaldo Fraga para assinar a direção criativa. 

Todo o conceito para esta edição parte do objetivo de tornar o evento mais democrático. Propondo um evento mais inclusivo, que dialoga com outras vertentes da indústria criativa e que, agora, propicia o acesso da população às suas atividades, Ronaldo Fraga aposta na subversão de parâmetros convencionais da indústria de moda. Todo o evento foi remodelado, desde o formato da feira de negócios até a passarela onde são apresentadas as coleções. Tudo isso para apontar novos caminhos para a moda e renovação dos processos criativos. 

Logo na abertura do evento as novidades ficaram perceptíveis ao público. Além da cenografia, que remete a cidade imaginárias, formadas por uma imensidão de containers coloridos, o tradicional desfile, que dá a largada para o line-up de marcas e criadores, nessa edição foi apresentado em um novo formato. No lugar de grifes já conhecidas do mercado, foi dado espaço a nomes autorais que produzem de forma independente. Em um desfile coletivo, mais de 20 marcas apresentaram sua identidade criativa. 


“Eu acho que o mais bacana da moda, e é o grande papel da moda, é a conexão com aquilo que é o tempo, com o tempo em que a gente está vivendo. E esse tempo ele pede um olhar carinhoso, democrático e diverso, com inclusão das diferenças. Desde o início, quando me chamaram eu disse que tínhamos que privilegiar isso, os designers autorais, aqueles que apostam em autoralidade, que tem uma marca própria, e que falem das diferenças. O próprio espaço aqui, que são cidades imaginárias, eu queria que falasse disso”, conta Ronaldo. 

A seleção desses nomes autorais partiu de um projeto assinado pela FIEMG que visa qualificar e divulgar o trabalho dos designers que serão destaque da moda na próxima década. “Em outra época, o evento trazia um formato de desfile de abertura, com uma série de marcas novas que as pessoas não conheciam porque elas não desfilavam no SPFW. 

O desfile de abertura tinha um perfil de ser um desfile da FIEMG, era um momento para apresentar a força da profissão e do setor. Aquele formato não faz mais sentindo porque hoje as marcas já são conhecidas, estamos em outro momento. Estamos em um salão de negócios e a moda precisa se alimentar do novo, e abrindo espaço para esse novo, dando espaço para ele na passarela e para comercialização, é algo que não tivemos no Brasil”, finaliza o estilista e diretor criativo do Minas Trend.

Por: Yuri Ribeiro
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