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Maria da Inglaterra uma referência cultural

Este mês Maria da Inglaterra completa 79 anos

26/01/2019 06:14

Maria da Inglaterra nasceu Maria Luiza dos Santos Ela nasceu Maria Luiza dos Santos Silva, em 21 de janeiro de 1940, mas foi como Maria da Inglaterra que ela ganhou os palcos Brasil afora e todos os aplausos. Com mais de duas mil músicas de sua autoria, a artista mostra a versatilidade dos grandes talentos, trilhando por todos os ritmos com a mesma mensagem popular eu a consagrou. Maria da Inglaterra, natural de Luzilândia, tornou-se a referência maior da música popular com o forte sotaque folclórico.   

“Maria da Inglaterra representa a alma da nossa música primitiva, antropológica e o desenho da cultura nordestina, das festas , dos fuás, do sentimento de dor e de esperança. O José Dantas apresentou algumas músicas da Maria para o mestre Dominguinhos, e ele comentou “é o João do Vale do Piauí”. Conseguimos Produzir junto com o José Dantas o primeiro CD o “Peru Rodou” de grande repercussão e premiação nacional pelo Itaú cultural, onde teve participação de grandes músicos como o Adelson Viana, Luizinho Duarte e Geraldo Brito. Posteriormente mais um cd e um DVD com participação de grandes cantores do Piauí, também com repercussão nacional de ser uma atração no programa do Faustão!", ressalta o músico Júlio Medeiros.

Para o sonoplasta e produtor musical José Dantas, Maria da Inglaterra é singular pela ousadia, pela perseguição do sonho de ser cantora e por encarar, os palcos do Brasil como a mesma simplicidade de cantar em casa, sem medo, altiva em sua simplicidade e ternura: "Maria da Inglaterra é uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta (Fernando Brant). Acreditou no sonho de ser artista e atreveu-se a persegui-lo, subiu nos palcos da vida, encarou plateias pelo Brasil afora, cantou e contou com o apoio e a parceria do seu companheiro Otacílio, com a ajuda de inúmeras pessoas da sociedade e do meio cultural piauiense”, lembra.

“O que sinto por ela é uma carinho muito grande além de solidariedade pela sua causa. Desde que fui convidado para cuidar da produção do seu primeiro CD “o peru rodou”, que passei a me sentir responsável por ela, e pelo seu trabalho artístico, não me sinto no direito e nem tenho a menor vontade de abandoná-la, mesmo porque, fazer o que faço não me pesa em nada, muito pelo contrário me dá uma satisfação muito grande”, afirma José Dantas.

José Dantas diz ainda que o seu objetivo é manter Maria da Inglaterra viva como artista, “porque desde o segundo CD “alegria de viver”, ela já se encontrava doente da garganta, com grande dificuldade de cantar e quase não conseguiu botar a voz nesse CD, foi preciso muita paciência para concluir o trabalho, que levou um ano. Hoje Maria não canta mais, porem deixa uma quantidade enorme de composições, as quais estariam esquecidas se eu não tivesse chegado a tempo de registrar muitas delas em gravações de áudio e vídeo. Meu papel tem sido esse, manter a obra dela viva e a sua autoestima sempre em alta, só assim mesmo depois dos 80 anos continuaremos tendo Maria da Inglaterra por muito tempo ainda entre nós”, conclui.

Fotos: Luciano Klaus


 A dama da cultura popular

O sambista Robert Gleydson também reverencia Maria da Inglaterra como exemplo de estrela, de dama da cultura popular: “Uma dama da cultura genuinamente Mafrense, uma referência de humildade, Carisma, Simpatia, com um dom divino, a avô que todos queriam ter, ele é a materialização da mulher sofrida e de personalidade da nossa terra, com uma candura e sutileza angelical".

“Era 1978, e a Terra rodava... ano de Copa, e a bola rodava... no parque a roda gigante também rodava... e o mais importante: vi pela primeira vez o peru rodar. Foi entre as palmeira de babaçu no bairro São João, em um moderno palco giratório (disfarçado de carroceria de caminhão), de onde emanava: luz, ritmo, movimento e ancestralidade a flor da pele (legado de antepassados; atavismo e hereditariedade).Tudo era show! E o melhor: eu tinha visto a Maria da Inglaterra (que era da Terra). Uma mulher que não escolheu, mas sim foi escolhida, pelos deuses das artes (uma eleita em terras de marias). E sempre com um pé na terra, e outro no céu, seja no sonho de Inglaterra ou na realidade no Piauí ou pelo planeta "E as meninas dessa terra querem meu amor". A Maria da Inglaterra é uma das grandes obras de artes nascida da oralidade, do talento de se descobrir capaz e livre. Um grande presente para as gerações do futuro. Uma artista de dar inveja, e tomem muito cuidado..."a inveja ainda mata um diabo"", observa o cartunista Dino Alves.

Por: Marco Antônio Vilarinho
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