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Karol Conka fala de estreia em programa e restrições ao aborto

No comando do programa "œSuperbonita", a rapper curitibana fala sobre beleza, feminismo, explica porque tem restrições ao aborto e acredita ter liberado uma geração: a do "œtombamento"

03/03/2017 15:04

Quando o GNT procurou a rapper curitibana Karol Conka para falar sobre o “Superbonita”, ela diz ter dado pulos de alegria porque imaginou que seria a próxima a ser entrevistada por Ivete Sangalo - à frente da atração nas quatro últimas temporadas. Na verdade, o que o canal queria era convidá-la para ser a nova apresentadora do programa, posto que ela assume a partir de segunda (6) e que já foi ocupado por Luana Piovani, Taís Araújo, Grazi Massafera, Alice Braga e Daniela Escobar. “Não estava esperando e fiquei superfeliz. Pensei: ‘Uau! Estou realizada’”, contou.

Aos 30 anos, Karol é a primeira rapper a comandar uma atração dedicada à beleza. Com seus cabelos coloridos e looks descolados, cheios de personalidade, ela foge completamente dos padrões ditados pela TV e representa uma revolução no quesito diversidade, algo que ela vê de maneira muito positiva.

É a geração que se libertou das amarras de uma sociedade quadrada, diz Karol sobre geração do tombamento (Foto: Juliana Coutinho)

Para sua sonhada estreia como apresentadora, Karol diz se inspirar na norte-americana Oprah Winfrey, de quem é superfã. Sua referência de beleza, no entanto, é “a mulher que olho no espelho diariamente”, afirma rindo. “Gosto de me inspirar em minha própria beleza.” Ser bela, para ela, vai muito além da aparência, e é essa mensagem que pretende passar no programa. “Ser superbonita é ser bem-resolvida. Com vaidade ou sem, o que importa é se sentir bem.”

Considerada uma musa por centenas de millennials, Karol acredita que as mensagens de suas canções - muitas com discurso feminista - e seu comportamento irreverente foram decisivas para o convite da GNT. “Sou o que eu canto e tenho espontaneidade.” Ela acredita, também, que suas músicas agradam a públicos diversos. “Sou eclética: atingi todas as tribos e consegui conquistar pessoas que gostam de diferentes estilos”, diz. “Acho que é por isso que me chamaram. Ah, e porque eu tenho o cabelo cor de rosa [risos].”

GERAÇÃO DO TOMBAMENTO

Foi com a música "Tombei", uma parceria com os produtores Tropkillaz registrada em seu primeiro álbum, “Batuk Freak”, que Karol estourou. Desde então, a curitibana diz ter criado uma “geração do tombamento”.

"É a turma que se libertou das amarras de uma sociedade quadrada. Essas regras que determinam o que é ser linda, sexy ou de que o homem e a mulher podem ou não fazer", afirma. "É uma geração que causa tombamento simplesmente por existir. Há pessoas que se incomodam com o comportamento alheio. Seria mais fácil se cada um focasse em sua própria vida, sem perder tempo falando dos outros. Se me virem fumando um baseado, por exemplo, essa foto não vai se transformar num escândalo porque não escondo nada de ninguém. A geração do tombamento não tem o que esconder."

Em abril, ela lança seu segundo álbum, “Ambulante”. “Vai ter um pouco de tudo o que eu gosto de curtir na vida. Mensagens que eu gostaria de espalhar.” Entre os temas, estão amor, vivência e loucura, tema da faixa “Farofei”, já nas redes.

Ser superbonita é ser bem resolvida consigo mesma, afirma Karol Conka (Foto: Juliana Coutinho)

FEMINISMO E ABORTO

Num cenário machista como o do rap, Karol é uma feminista, posição que deixou clara na música “100 % Feminista”, parceria com a MC Carol. Ela diz, no entanto, que não sabia muito sobre o significado da palavra quando começou a rimar: "Tinha um discurso feminista sem saber o que era. Quando lancei o álbum, me toquei."

Karol afirma que sempre soube a importância de falar sobre o assunto por situações que presenciou. "Na minha família, as mulheres sempre foram mais fortes. Elas trabalhavam e sustentavam a casa, mas apanhavam e sofriam com o marido alcoólatra. E eu pensava: ‘por que fazendo tudo isso elas ainda estão levando na cara?’”, questiona. “Minha avó costumava dizer: 'Karol, você nunca vai deixar um homem pisar em você. Tem que ter respeito dos dois lados'. Então, sempre soube que é muito importante falar sobre respeito e igualdade entre os homens e mulheres.”

No fim do ano passado, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, Karol disse ser a favor do aborto apenas em casos de estupro, o que iria contra o pensamento feminista. “O que eu quis dizer é que não é certo as pessoas, principalmente as adolescentes, acharem que é tudo um oba-oba. Aborto é uma coisa muito séria. Não é porque vai legalizar que deve se transformar em algo banal”, afirma Karol, que foi mãe aos 19 anos. "Mas sou, sim, a favor da legalização."

Essas e outras polêmicas certamente serão pauta o “Superbonita”, que vai ao ar na segunda-feira (6), às 21h. Entre as entrevistadas, estão a atriz Taís Araújo, com quem Karol diz ter dado boas risadas, e cantora Alice Caymmi, quem a rapper amou conhecer pessoalmente.

Karol Conka entrevista Taís Araújo no Superbonita (Foto: Juliana Chalita)

Fonte: Marie Claire
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