A criação poética ainda faz parte do cotidiano e dá à vida dos poetas um novo sentido. É o caso de Thiago E, que se define como músico e poeta, e ao final, acaba sendo multi. O cantor e compositor da banda Validuaté, também possui um livro de poemas publicado: Cabeça de Sol em Cima do Trem. Sua produção, entretanto, é conhecida e admirada por muitos artistas.

Foto: Maurício Pokemon

Nascido no dia da poesia, comemorado em 14 de março, Thiago não poderia ter tido outro destino - desde muito novo, virou poema. Ele acredita que a poesia ajuda-o a viver criativamente de forma natural, causando-lhe deslocamento de sentidos. “Eu absorvo os poemas que li e passo a me relacionar com as coisas de forma diferente”, afirma o poeta.

Seu maior interesse pelas palavras surgiu no Ensino Médio, depois de longos anos sendo estimulado por professores da sua escola. No início, a leitura não era sua fiel companheira, muito menos a escrita. “Eu preferia jogar videogame”, afirma. Mas acabou tomando gosto pelas acrobacias poéticas, sobretudo quando entrou em contato com Augusto dos Anjos, Álvares de Azevedo e Arnaldo Antunes. “Achava massa como que coisas consideradas “ruins”, “nojentas”, viravam arte”, concluí.

Assim como Thiago, muitos poetas novos estão surgindo no Estado. Também impulsionados pela paixão à escrita, vão além, fazendo com que o fazer poético continue existindo e não seja esquecido. Eles têm na criação poética a forma mais intensa de exorcizar demônios e acreditam ser a poesia, a principal maneira de sentir.

A poetisa e estudante de Direito, Lara Matos (foto ao lado), utiliza-se da poesia para falar sobre sentimentos que não poderia desabafar com qualquer pessoa. Enquanto isso, o poeta e estudante de Letras, Fabricio Santos (foto abaixo), acredita que escrever é uma forma de abrir caminhos. Os dois são teresinenses e surgiram com muita vontade, talento e determinação. Eles têm em comum a necessidade de serem guiados pela poesia e a certeza de que ela é o elemento essencial em suas vidas.

Lara e Fabricio também sonham com a publicação de bons livros. Ela é sistemática: “Pretendo produzir mais, a fim de fazer da minha primeira obra, algo com uma temática especifica e especial”. Ele é decisivo: “Meu primeiro livro já está pronto e pretendo fazer um lançamento simples, somente para deixar as pessoas da cidade a par da minha escrita”.

Enquanto os livros não saem, os poemas dos dois jovens podem ser acessados facilmente no blog da Lara e na página do Fabrício – que tem mais de 11 mil curtidas. Se depender deles, a poesia será motivo de comemoração por longos anos.

Uma homenagem a Castro Alves

A poesia está guardada nas palavras e serve-se de todas as sensações para existir. Para comemorar essa mistura de percepções, geralmente, em versos, foi criado o Dia da Poesia, comemorado hoje. A escolha da data é uma homenagem a um dos principais poetas românticos do Brasil, Castro Alves, nascido em 14 de março de 1847 e que, apesar de ter morrido muito jovem, aos 24 anos, sua produção foi de grande importância para a poesia nacional.

Muitas vezes a poesia é considerada a leitura de maior rejeição das pessoas, sobretudo, dos estudantes na escola. Sem um real estímulo desde cedo, as crianças acabam deixando o mundo poético de lado. Entretanto, quando incorporada ao cotidiano, a poesia nos permite sentir as coisas ao nosso redor de formas diferentes e com mais leveza. E tudo serve para a poesia – até aquele seu sapato velho, surrado e que foi substituído por um novo, serve para a poesia.

Mas, ainda melhor do que sentir tudo confuso em um segundo, é conseguir transformar isto em versos. Trabalho difícil para alguns, mas apaixonante para outros. 

Edição: Nayara Felizardo
Por: Aldenora Cavalcante (estagiária)