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Tradição: Corso de Teresina já tem mais de 80 anos

O que era um encontro de amigos se tornou na maior festa da capital.

22/02/2014 14:03

Atualmente o Corso de Teresina é reconhecidamente o maior do mundo. Mas nem sempre foi assim. A festa existe há mais de 80 anos na capital e começou timidamente. Foi só na década de 1990 que o evento ganhou força até se tornar o fenômeno do momento. E a história do corso acaba se misturando com a história do carnaval da cidade.

Uma das pessoas que conhece bem essa evolução é o coordenador de Cultura Popular da FMCMC, Wellington Sampaio. Ele trabalha na Fundação desde a sua criação, em 1986, e conhece o corso tanto como organizador, quanto como folião. E explica que na década de 1930 começaram os primeiros desfiles de carros no carnaval. Mas que foi nas décadas de 1950 e 1960 que a festa virou tradição.

�€œEu era criança e lembro que meu pai tocava no corso. Inicialmente o ponto central era no coreto da Praça Rio Branco. Depois os grupos de familiares e amigos passaram a desfilar pelas ruas do centro da cidade. Um dos destaques era o caminhão das raparigas, em que as garotas de programa da época vestiam suas melhores roupas e eram aplaudidas pela sociedade, em uma espécie de inclusão social que só o carnaval tornava possível acontecer�€, explica Wellington.

Segundo Wellington, nessa época o Corso acontecia nos dias do carnaval. E a festa não conseguiu ter continuidade por causa da concorrência com outras manifestações carnavalescas. �€œNesse tempo surgiram as escolas de samba e os blocos carnavalescos, que acabaram esvaziando o corso, que acabou deixando de acontecer�€, afirma.


E por muito tempo o Corso permaneceu esquecido, voltando somente no final dos anos 90, com a retomada do carnaval de rua, na primeira gestão do prefeito Firmino Filho. Em 1997, durante o Seminário de Resgate do Carnaval de Teresina, o então superintendente da FMCMC, José Afonso de Araújo Lima, sugeriu a volta do Corso, que agora seria realizado no sábado de Zé Pereira.

A ideia vingou e em 1998 o carnaval da capital foi resgatado com o desfile das escolas de samba, tendo também a realização do Corso, com um percurso que passava pelo centro, zona Sul e zona Norte. Nos anos seguintes o trajeto teve várias alterações e a premiação dos melhores caminhões era feita através de votação popular.

A partir de 2008 o evento começou a se tornar o gigante que é hoje, tanto que a prefeitura começou a ter problemas na condução do percurso e teve que fazer adaptações. �€œLembro que nesse ano nós iríamos encerrar o desfile na Praça do Marquês, mas percebemos que o corso estava grande demais e não teria como dispersar lá. Então tivemos que percorrer mais vias da zona norte para organizar a saída�€, explica Wellington.


E foi no ano de 2011 que a festa começou a ganhar status de maior do mundo. Tamanho foi o sucesso do corso, que no ano seguinte, em 2012, o título foi comprovado com a vinda de um representante do Guinness Book, o livro dos Recordes, que registrou a marca de 343 veículos decorados no desfile, número que consta na publicação até hoje.

Em 2013, com a nova gestão da FMCMC, o corso cresceu ainda mais e incrementou a sua estrutura, garantindo mais segurança e conforto aos foliões. Para este ano, foram inscritos 420 veículos. Com um percurso maior, a expectativa é de que o desfile possa fluir com mais facilidade.

O desfile de carros que começou como um simples encontros de amigos no século passado, atualmente é o maior evento festivo do nosso Estado. E caiu no gosto do teresinense. Desde a retomada do carnaval da capital, em 1998, vários grupos de foliões marcam presença em cada edição do corso. �‰ o caso do Pó de Mico, do Bloco do Paçoca, da caminhão das Irmãs Dias, entre outros. �€œO corso também inverteu uma tendência que existia das pessoas saírem da capital rumo ao Zé Pereira no interior. Hoje Teresina que é invadida por foliões de outras cidades e até de outros estados�€, ressalta Wellington Sampaio.

Edição: PortalODia.com
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