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Muito magra para viver soropositiva,atriz diz estar 'sem energia' para baladas

Oito quilos mais magra, Julia Dalavia tem sentido na pele as reações dessa mudança radical

15/07/2017 16:51

Esquelética, pálida, com feridas espalhadas pelo corpo... Esses são alguns dos efeitos devastadores do vírus HIV que Nanda, personagem de Julia Dalavia, apresentará nos próximos capítulos de “Os dias eram assim”. A jovem transgressora descobre que contraiu a doença durante uma transa no período em que viveu nos Estados Unidos, no início da década de 80, quando a aids dizimou multidões. Apesar da gravidade, Nanda lutará até o fim.

— Ela resolve continuar vivendo com toda força até onde der. A morte não assusta Nanda. É claro que ela terá seus momentos de revolta, tristeza, dor física, mas sem arrependimentos, porque viveu do jeito que quis e foi feliz assim — conta Julia.


Foto: Raquel Cunha/ Divulgação


Oito quilos mais magra, a artista de 19 anos tem sentido na pele as reações dessa mudança radical. Mesmo com acompanhamento médico e reposição de vitaminas, Julia está visivelmente frágil. Nada que abale sua autoestima. Para seguir firme no propósito de dar veracidade ao sofrimento da personagem, ela só deu um tempo nas baladas. Prefere se poupar. O público reconhece a entrega e o talento, e tem sido só elogios à performance:

— Eu gosto quando me vejo. Não vou para “night” porque é pesado, estou trabalhando muito, comendo pouco, não tenho energia para isso. Estou totalmente focada. Às vezes, bate um desespero, mas aí eu como um pouquinho e basta. O corpo aprende a viver com menos, fica mais preguiçoso. Isso é bom porque eu chego para gravar já com aquela moleza. Em fevereiro, eu comecei a acertar minha alimentação e perder peso aos poucos, por isso não sofri tanto. Agora que estamos gravando essa sequência de ela definhar até a morte é que eu estou sendo mais rigorosa. Mas tenho saúde, e se tem uma hora que não é perigoso fazer isso, é agora.Tudo tem o seu tempo. Quando terminar a novela, eu volto a viver.

A transformação não tem sido só física. Julia mudou a maneira de encarar a doença e espera, com esse papel, que os jovens façam o mesmo.

— Trazer esse assunto à tona é uma responsabilidade muito grande, um alerta para a minha geração que trata a aids como doença crônica porque a gente não viu as pessoas morrerem. Não pensamos em doenças sexualmente transmissíveis porque achamos que são tratáveis. Mas não é assim. Os remédios têm efeitos colaterais. Essa doença ainda mata.

Romance vence o medo e o preconceito da aids

Segundo Julia, o relacionamento de Caíque (Felipe Simas) e Nanda seguirá inabalável. A doença servirá também para unir mãe (Natália do Vale) e filha.

— Ele vai apoiá-la até o fim. Na verdade, terão muitas mudanças na família, tanto na relação dela com a mãe, como na de Monique (Letícia Spiller) com o filho. Kiki também muda com Caíque, e até com Renato (Renato Góes) — adianta a atriz.

A favor da liberdade sexual, a personagem não vai se penitenciar por ter contraído a doença:

— Hemofílicos e mulheres casadas eram vítimas, mas quem pegava o vírus através do sexo era culpado. Nanda não acredita nisso e nem fica se remoendo porque transou. O amor livre permanece.

Apesar da pouca idade, Julia diz que tira de letra as cenas de maior intimidade:

— Sempre foi tranquilo, nunca foi uma questão para mim. Nem penso muito antes de fazer. Quando vejo, já foi. É muito frio, profissional, não tem por que se constranger.

Fonte: Extra
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