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13 de março de 2019. Mais segurança? Educação em primeiro lugar

A tragédia ocorrida ontem em Suzano/SP, nos trouxe uma reflexão quanto a segurança de nossas escolas e de como isto poderia ser evitado.

15/03/2019 11:25

Iniciamos essa análise, considerando que atualmente, em regra, nas escolas brasileiras não é muito comum o treinamento e a prática de simulações de acidentes, incêndios, explosões e outras adversidades, a exemplo das escolas americanas e de outras nacionalidades.

A razão para isto acontecer em nosso país se deve muito ao fato de não sermos uma nação que sofra com tragédias naturais e nem com atentados terroristas, entretanto a insegurança em nosso país chegou a um nível de alerta tamanho que o fator segurança na escolha de onde estudar deve ser considerado.

A cada ano, pais e tutores decidem qual escola seus filhos frequentarão, levando-se em consideração para escolha, a sua localização ou a sua reputação acadêmica ou os professores cristãos altamente qualificados, ou, talvez, pelas atividades extracurriculares conduzidas pelos diretores. Mas, pouco provável a segurança de seus filhos esteja entre as principais razões por terem escolhido matriculá-los em sua escola.

Entristece a todos, ter que considerar a segurança como fator decisivo para escolha de uma instituição de ensino, e o mais grave, é saber que as sugestões tratadas pelos nossos governantes são as mais desastrosas possíveis, como por exemplo: (I) a liberação de armas para professores dentro das escolas?!(II) A instituição de um diretor de segurança dentro da escola?! (III)A implantação de detector de metais nas unidades escolares?

Proposições frágeis, efêmeras e sem sustentáculo técnico para serem implementadas, uma vez que, quando se trata de segurança dentro da escola, se trata de todos os aspectos da educação, desde o ambiente físico até os regulamentos e procedimentos que definem as operações da escola. A segurança, propriamente dita, deve vir como complemento e não como prioridade.

Podemos registrar que muitas instituições educacionais já criaram e implementaram comissões de segurança dentro de suas diretorias, mas sem grandes resultados, pois frequentemente, esse grupo somente é convocado apenas depois que um incidente ocorreu. Ou seja, as nossas escolas não precisam de mais armas e nem de agentes armados dentro delas e sim de ATENÇÃO.

A educação precisa voltar a ser prioridade no governo, não falo só em mais destinação de recursos públicos aos entes federados, digo em atenção institucional, saber o que esta acontecendo em nossas escolas públicas, saber o que pensam nossos professores, o que os alunos consideram como importante e o que os pais entendem como necessário. A educação de nosso país precisa de “colo”, precisa de “carinho” e, o mais importante, de respeito.

A tragédia ocorrida em 13 de março de 2019, mostram a falência de nossa educação. Insegurança fora e dentro da escola, ex-alunos revoltados com a instituição, professores assustados e um governo sem resposta.

A segurança é importante, mas no caso das escolas é elemento auxiliar e não prioritário. Não se deve esquecer que uma boa escola é formada por alunos que respeitam professores, por professores que entendem os alunos e por diretores que se dedicam a escola. Esta é a prioridade, é o ser humano que está na rotina das aulas e dos eventos educacionais.

O novo ministro da educação deve, em vez de formar uma comissão de segurança para monitorar as escolas, instituir uma comissão de crise educacional que irá nas escolas entender como as mesmas estão funcionando, entender se os professores estão satisfeitos, se os alunos estão bem acolhidos e se os diretores estão atentos ao que ocorre na unidade.

O evento foi trágico e envolveu armas de fogo, mas o momento é para falar de educação, de entender o que está errado no exercício diário nas escolas. Este é o ponto! Precisamos parar de machucar os operadores educacionais e tornar como prioridade de um governo o desenvolvimento educacional do nosso país. O que está ao redor melhorará, sem sombra de dúvidas.

Condolências as famílias afetadas diretamente a tragédia ocorrida e que este luto seja importante para uma reflexão conjunta frente a educação de nosso país.

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