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O 'mito' da preservação exemplar

Leia a coluna Roda Viva desta segunda-feira.

27/01/2019 17:22

O 'mito' da preservação exemplar

"Somos o país que mais preserva o meio ambiente". Esta declaração foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) na última terça-feira (22), em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Foi o seu primeiro compromisso internacional como presidente do Brasil. Três dias depois, na sexta-feira (25), o rompimento de uma barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), mostrou aos brasileiros e ao mundo que a declaração de Bolsonaro não passa de uma absurda, cruel e leviana mentira. Uma falácia, dita com o único propósito de justificar futuras medidas do Governo Federal que podem provocar um retrocesso sem precedentes na área ambiental no país, culminando com a ocorrência de novas tragédias como a de Mariana, em 2015, e esta de agora. Até este domingo, já havia a confirmação de 37 mortos, e quase 300 pessoas continuavam desaparecidas. Inúmeros animais morreram asfixiados pela lama de rejeitos. Há o risco de contaminação do Rio São Francisco, um dos mais importantes cursos de água do mundo, que garante o abastecimento para centenas de milhares de famílias. Diante desta calamidade, a população brasileira precisa cobrar providências imediatas, como a imposição de multas bilionárias à Vale e a punição exemplar dos executivos responsáveis pelo rompimento da barragem. Além disso, o governo Bolsonaro precisa ser pressionado a realizar uma guinada em sua política ambiental, que, pelas declarações do próprio presidente, parece não ter a menor intenção de garantir o desenvolvimento sustentável, mas sim de permitir o aumento da lucratividade das mineradoras, das madeireiras e demais corporações que têm degradado o meio ambiente de forma descontrolada. De fato, o problema não surgiu no governo Bolsonaro, como afirmam seus fanáticos bajuladores. Ele vem desde os governos passados. Porém, já está bem claro que o novo presidente e sua equipe, apoiados pela bancada ruralista no Congresso Nacional, estão com uma gana irrefreável de colocar em prática medidas que podem provocar uma verdadeira devastação ambiental no Brasil, além do genocídio de inúmeras tribos indígenas. 

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o senador Randolfe Rodrigues, ambos da Rede, fizeram uma visita ao município de Brumadinho (MG) para ver de perto o desastre ambiental provocado pelo rompimento de uma barragem da Vale. Em entrevista à imprensa, ambos defenderam que crimes ambientais como este e como o que ocorreu em Mariana, há pouco mais de três anos, sejam tipificados como hediondos, o que aumentaria significativamente a pena para os responsáveis. O senador pelo Amapá ainda anunciou que vai propor uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso para investigar a Vale e outras empresas do setor.

Leis mais rígidas

"No Amapá, também vivemos uma experiência trágica quando o porto de Santana desabou, matando seis operários. A Anglo América, nunca indenizou as famílias e deixou um rastro de destruição. Denunciei o caso na ONU, em Londres. E vou continuar fazer o que for possível para que os culpados sejam punidos. Leis mais rigorosas devem frear as mineradoras e impor mais segurança", avisa o senador Randolfe Rodrigues.

Rastro de lama e sangue

A procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais, Adriana Augusta Souza, acompanha os trabalhos em Brumadinho e externa imensa preocupação com o número de trabalhadores que podem ter sido vitimados. Por enquanto, dezenas de corpos já foram achados, mas o número de mortes pode chegar a centenas. 

Precariedade

O procurador-geral do Trabalho Ronaldo Fleury acrescenta que a tragédia em Brumadinho expõe, além do completo descaso com o meio ambiente, o quanto as relações trabalhistas no país são degradantes. “Essa tragédia demonstra a precariedade das condições de trabalho a que estão expostos os trabalhadores no Brasil e a imprescindibilidade dos órgãos de defesa dos direitos sociais”, afirma.

Foto: Ascom Alepi

"Foi um grande homem, um grande político. Um homem que deixa um legado enorme, tanto para a política quanto para seus familiares. Oeiras está de luto e toda a família está muito arrasada. Mesmo partindo já aos 87 anos, ele deixa uma lacuna enorme, porque era um porto seguro para todos nós da família e para todos os oeirenses. Oeiras chora essa perda. Só nos deixa saudades e lembranças eternas do grande homem que ele foi. Grande pai, grande irmão, grande avô e grande líder oeirense" - Vanessa Tapety, que foi candidata a vice-governadora do Piauí no pleito de 2018, lamentando a partida do avô, Juarez Tapety, que faleceu no último sábado (26), depois de passar 45 dias internado em Teresina.

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