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Carta branca para a barbárie

Leia a coluna Roda Viva desta quarta-feira.

09/01/2019 15:31

Carta branca para a barbárie

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que o decreto que flexibiliza a posse de armas será editado até a próxima semana. O assunto foi discutido na segunda reunião ministerial do governo de Jair Bolsonaro, que aconteceu nesta terça no Palácio do Planalto. Por meio do decreto, o presidente quer facilitar a posse de armas de fogo para os cidadãos sem antecedentes criminais. A medida é defendida por muitos políticos, sobretudo de partidos de direita, e por parte da população como uma forma de garantir o direito dos cidadãos de se defenderem de criminosos. Na prática, contudo, é previsível que a facilitação da posse de armas deve levar a um inédito derramamento de sangue no país. E o pior: de sangue de pessoas inocentes. Não custa nada lembrar que estamos num país em que os casos de violência contra a mulher têm crescido em ritmo assustador. Isso sem falar que, em 2016, o Brasil atingiu a taxa de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência divulgado no ano passado. O índice é 30 vezes maior que o da Europa. Nesse contexto, é presumível que muitos "cidadãos de bem" que vão buscar a posse de arma a utilizarão não para se defender ou defender sua família, mas sim para matar mais mulheres em suas casas, para matar no trânsito, nos estádios, nas escolas, faculdades, etc.

Depois de se reunir com a bancada federal do estado na residência do governador Wellington Dias (PT), o deputado Rodrigo Maia fez uma visita ao senador Ciro Nogueira (Progressistas). Acompanharam o presidente da Câmara os deputados Átila Lira (PSB), Júlio César (PSD) e Margarete Coelho (Progressistas), o ex-deputado Osmar Júnior (PCdoB), entre outros membros da comitiva que acompanhou Maia em sua visita a Teresina. Até agora, o partido presidido nacionalmente por Ciro ainda não decidiu se apoiará a reeleição do deputado carioca para a Presidência da Câmara.

Quase lá

Até a noite desta terça-feira, Rodrigo Maia já havia conseguido a formalização do apoio de sete siglas: o PSD (de Júlio César), o PPS, o PRB, o PROS, o PSDB, o PSL e o PR. O partido do capitão Fábio Abreu, por sinal, foi o último a anunciar a adesão.

O espaço do PR

Em troca do apoio a Maia, o PR exigiu que a primeira-secretaria da Câmara continue sendo ocupada pelo deputado Fernando Giacobo (PR), do Paraná. O partido elegeu 33 deputados federais.

Sacrifício

Para seguir com Maia, o PR precisou sacrificar a candidatura à Presidência do deputado capitão Augusto (PR-SP), que chegou a anunciar que permaneceria na disputa mesmo sem ter o apoio dos próprios correligionários.

Foto: Assis Fernandes 

Mesmo não tendo voto, o deputado Gessivaldo Isaías (PRB) defendeu o apoio da bancada federal do Piauí à candidatura à reeleição de Rodrigo Maia. O presidente do PRB no estado acredita que o deputado carioca pode ser um importante interlocutor do Piauí na Câmara. Gessivaldo mencionou que o grupo de Maia articula dar a primeira vice-presidência da mesa diretora da Câmara para o deputado reeleito Marcos Pereira, de São Paulo, que é presidente nacional do PRB, o que permitiria a Gessivaldo também ajudar na defesa dos interesses do estado na Câmara.

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