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Daniel HDR concentra esforços em projetos autorais

O desenhista apresentará novidades na FIQ

26/09/2013 18:24

Daniel HDR desenha história em quadrinhos desde os 14. Hoje acumula uma grande experiência na área, inclusive desenhando para editoras de grande porte no mercado norte-americano. Há duas semanas, Daniel esteve em Teresina para participar da 13ª Feira de HQ do Piauí. Em uma entrevista exclusiva a POLIVOX, falou um pouco de seus projetos atuais e de como foi o caminho trilhado para chegar até aqui. Atualmente, segundo conta, deu um pequeno intervalo nos trabalhos para o exterior e se dedica mais intensamente em seus projetos autorais. Um deles é seu Art Book, que será lançado da Feira Internacional de Quadrinhos, evento que será realizado de 13 a 17 de novembro, em Belo Horizonte (MG). Confira a entrevista: 

Em que você está trabalhando atualmente?

Atualmente estou trabalhando em materiais autorais, meu próprio material. Vai sair agora no Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) a edição definitiva do Dungeon Crawlers, que fiz junto com o Marcelo Cassaro. Estou desenhando também �€œO Batismo de Gelo�€, que é uma graphic novel que estou fazendo com meu amigo escritor Leonel Caldela, para sair ano que vem. Estou finalizando meu Art Book, que também sai na FIQ, pela editora Criativo. E para o mercado norte-americano conclui recentemente o meu arco no título Superman Smallville season 11, e uma participação na revista de linha do Superman. Agora estou justamente dando um pequeno hiato com os materiais do exterior para poder dar conta dos meus projetos pessoais. 

Para você, como foi para conquistar esse mercado?

Esse trabalho para o mercado norte-americano está relacionado um pouco com a questão monetária. Quando os artistas brasileiros começaram a trabalhar para fora, além de haver uma demanda, tinha a questão financeira. Claro que não foi de uma hora para outra. Foi através de submissão de trabalhos para avaliação. Foram desde amostra de páginas até projetos de designer de personagens. Foi um período de quase um ano até eu conseguir teus os primeiros trabalhos publicados lá fora com editoras grandes. Mas não foi de uma hora para outra. 

Normalmente quem trabalha com arte de um modo geral, antes de chegar a atingir um nível profissional e passar a ter um retorno financeiro, recebe muita pressão. Tudo é encarado como brincadeira ou perda de tempo. Você também chegou a enfrentar isso ou sempre recebeu o apoio necessário? E o que diria para quem está passando por isso?

Minha situação é bem peculiar. Não é muito diferente de muitos casos que a família não apóia, mas, ao mesmo tempo foi diferenciada por que tive um ambiente bem propício. Meu pai era nerd também, era desenhista, e minha mãe procurou sempre incentivar depois da morte dele. Não tive o apoio direto da minha família. Muitos parentes meus achavam que isso não ia levar a nada, que ia ficar louco. Mas no momento que comecei a trabalhar mesmo para o mercado de quadrinhos, seja daqui ou de fora, e passei a ser remunerado por isso, muitos dos temores deles se dissiparam. E é uma coisa que costumo muito argumentar com o público, sobre a falta do apoio da família, que isso é a maneira que os pais têm de mostrar o amor e a preocupação deles. Não existe um parâmetro para eles compararem se a escolha profissional do filho tem um fundamento. O meu conselho é que se você está numa situação dessas precisa ter muita paciência, conquistar a confiança dos seus pais para que eles vejam que sua escolha é decisiva e acertada. Se bem que hoje em dia com os eventos de quadrinhos, com a própria internet que mostram o trabalho de outras pessoas e acabam mostrando que existem outras pessoas que fazem e dão esse parâmetro. 

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