É cada vez mais comum ver famílias formadas por apenas três membros - pai, mãe e filho. Nada de irmãos, nada de casa cheia como mostram as fotos em preto e branco do tempo dos avós. Os tempos mudaram, mas não porque os casais tenham se tornado pragmáticos demais, mas porque os gastos que se têm para cumprir com o papel de criá-los obriga uma mudança de perfil nas famílias.

A primeira e eterna preocupação é com a educação dos filhos. Logo nos primeiros anos de vida, eles já "precisam" ir para a escola, para aprender a se relacionar com outras crianças e iniciar uma longa carreira. Se custasse pouco, muitos pais não pensariam duas vezes antes de matricular seus herdeiros nas melhores escolas, mas o custo é altíssimo.

Um levantamento feito pelo Jornal O DIA, em reportagem especial de Viviane Bandeira, mostra que uma pessoa passa em média 21 anos de sua vida na escola, da Educação Infantil ao Ensino Superior, e que cada ano de vida escolar custa em média R$ 7 mil, calculando apenas o valor das mensalidades escolares, deixando de fora gastos que pesam muito no orçamento familiar, como transporte, fardamento, lanches, material escolar. Até que se tenha um diploma em mãos, são investidos aproximadamente R$ 126 mil, o bastante para comprar uma casa ou um carro de luxo.

Tendo apenas um filho, os pais precisam se virar para fazer todo este investimento, pois os altos impostos que são pagos durante toda a vida não garantem aos filhos o acesso à educação de qualidade. Ainda hoje, pessoas que estudam na rede pública conseguem se formar e ser bons profissionais, mas infelizmente esta realidade ainda é incomum. Como lamenta a professora Ana Cláudia Rosal, "a escola pública, da forma que existe hoje, não é capaz de formar cidadãos para enfrentar essa sociedade capitalista e competitiva".

O Brasil precisa de uma reforma no sistema educacional. Todo mundo já sabe que é através da educação que se forma pessoas de bem, só falta aos governantes fazer com que seja mais viável formá-las.

Fonte: Jornal O DIA