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'O beijo no asfalto': Um novo olhar sobre um velho problema

A produção é baseada na obra de Nelson Rodrigues e marca a estreia de Murilo Benício como diretor

04/12/2018 10:40

Um beijo foi o suficiente para mudar a vida de uma família, ou melhor, de mexer com toda a estrutura de uma sociedade. Mas não um beijo qualquer, e sim um beijo entre dois homens em 1960, em plena avenida pública, sendo que um deles acabou de ser atropelado e está a poucos segundos de morrer. Não entendeu? Pois vamos lá! 

Este é o cenário em que se desenvolve 'O beijo no asfalto', texto originalmente escrito por Nelson Rodrigues para uma peça de teatro, encomendado por Fernanda Montenegro, grande nome da teledramaturgia brasileira, por volta dos anos 1960. Hoje a história é base para o filme, que leva o mesmo nome, dirigido pelo ator Murilo Benício.

Baseado na obra de Nelson Rodrigues, o filme marca a estreia de Murilo Benício como diretor. Foto: Geici Mello

Baseado na obra de Nelson Rodrigues, o filme marca a estreia de Murilo Benício como diretor. Foto: Geici Mello

Gravado todo em preto e branco e com um elenco de peso, incluindo a própria Fernanda Montenegro, o filme narra a história de Jurandir, um funcionário público que vê um homem ser atropelado e, ao se aproximar para ajudá-lo, resolve atender seu último pedido em vida, que lhe conceda um beijo. 

Movido de compaixão por toda a situação, Jurandir resolve beijar o 'quase defunto'. A cena é vista por várias pessoas, incluindo seu sogro Aprígio e um jornalista sensacionalista. E é aí que começa toda a confusão! Ou melhor, todo o desenrolar da história. Quando todo mundo começa a se questionar o porquê do beijo. Será Jurandir o culpado pela morte do homem? Ou eles eram amantes? 

O diretor Murilo Benício esteve em Teresina para divulgar o filme. foto: Geici Mello

Apesar de ter sido escrito a cerca de 58 anos atrás, o texto trás em sua história temas bem atuais, um deles é a "fake news", atrelado ao sensacionalismo para vender informação. A história ainda aborda temas como: preconceitos, aborto e assédio moral e sexual. 

Nessa produção, que tem a direção e o roteiro assinado por Murilo Benício, vemos uma nova releitura de um velho problema. A trama é muito bem construída e prende o espectador do início ao fim. Nesta produção é possível notar o quanto os detalhes fazem bem a diferença no produto final. Contrastes entre o velho e o novo, entre os anos de 1960 e 2018, nos fazem refletir sobre os problemas sociais, que não são coisas deste tempo e sim de muitos anos atrás.

Com sucesso, creditado a toda equipe (pelo próprio diretor, Murilo Benício) este filme é muito mais do que uma simples repetição do mesmo. É um convite ao entender o que é arte. 

* Oficialmente, o filme estreia nesta quinta-feira (06) nos cinemas de todo o país.

Edição: Viviane Menegazzo
Por: Geici Melo
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