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A Lei do Tempo

Autor: Carlos Bernardo González Pecotche

10/05/2020 11:14

Ao pronunciar-se sobre cada palavra, conceito, fato ou coisa que tenha motivado sua atenção, a sabedoria logosófica o faz com a segurança de prestar um valioso serviço à inteligência humana, claro que àquela que é capaz de discernir sobre o valor de tal contribuição e sobre a conveniência de sua aplicação ou adoção nos ambientes que abrem as melhores perspectivas ao investigador estudioso. Ao tratar, portanto, da Lei do Tempo, devemos expressar que não descartamos a possibilidade de alguém já ter dito algo a respeito.

Em tal caso, seria bom comparar sua versão com a nossa, a fim de julgar qual delas encerra maior mérito e fundamento. Sabe-se que, para os sábios da Antiguidade, o tempo era o grande agente mágico que movia as alavancas do Universo. Um fato real, que ninguém ousaria discutir, é que o tempo sempre foi, é e será a testemunha presencial de tudo quanto existe e existirá na Criação. Poderíamos dizer mais ainda: o tempo foi o único que esteve presente no instante em que nascia a Criação. É lógico pensar, portanto, que desde então nada se move no Universo sem que ele intervenha. Daí a importância que o tempo assume para a vida humana, por ser o que a assiste em todos os momentos de sua existência; daí, também, que se experimente, quando se perde o tempo, a sensação de perder parte da vida. O homem, como ser racional, possuidor de um maravilhoso sistema mental, conta com todas as possibilidades de aproveitar o tempo em seu benefício, no mais alto grau. E deve ser sua inteligência quem haverá de dispor e usar dele, adotando os meios e formas que mais convenham ao desenvolvimento e à evolução de seu ser. Assim, pois, uma inteligência bem dotada poderia viver e desfrutar, no breve lapso de dias, por exemplo, o que outras, não capacitadas, só conseguiriam em longos meses ou anos. Isto tem uma importância capital, porquanto a vida, com um aproveitamento inteligente do tempo, assume uma amplitude e uma extensão que, de maneira alguma, pode ter aquela que se desenvolve ignorando essas prerrogativas.

A maioria dos homens, ao ignorar este conhecimento tão fundamental sobre o tempo, manifesta com frequência, diante de qualquer sugestão acerca da conveniência de realizar um estudo ou um trabalho a mais, que não tem tempo. E é muito frequente ver quantos, dentro dessa maioria, vivem agitados e sujeitos à pressa. Neles, a impaciência é sinal evidente de intolerância. Apesar de serem muito capazes de perder o tempo em proporções apreciáveis e por própria vontade, não toleram que ninguém os faça perder um só segundo, já que consideram tal coisa algo imperdoável.

Segundo a concepção logosófica, o tempo é o agente primordial da existência humana e o que concede a ela uma elasticidade tão apreciável, que parece até que a prolonga para além de seus limites naturais. Quem diz que não tem tempo para isto ou para aquilo se declara seu inimigo. E não é difícil compreender as vantagens que o homem pode obter, ao fazer dele seu melhor amigo, quer dizer, fazer com que ele o sirva, mantendo-o consigo como uma expressão viva e ativa de seu próprio ser. É comum observar que muitos, em vez de encarar e resolver os problemas que, por diversas circunstâncias, são criados para a própria vida, põem esses problemas de lado, deixando-os para outra oportunidade. Isto, como é natural, tem seu limite, já que aqueles que se conduzem dessa forma geralmente se veem obrigados a tomar decisões repentinas, por assim exigir a gravidade da situação. Em tais casos, é o tempo que pressiona, chegando a ser inexorável, e então será preciso resolver, num limitadíssimo período de tempo, problemas que não foram resolvidos quando se dispunha dele com folga. Nesses momentos críticos, a pessoa corre quase sempre em busca de outros que pensem por ela e lhes solucionem o problema, mas muitas vezes fracassa nisso, já que nem sempre terá à sua disposição quem faça as vezes de intermediário.

A Lei do Tempo é, como todas as leis universais, justa e exata, e é lei porque fixa, sem distinção, normas e regras inexoráveis. Isto fica demonstrado pelo fato de que o tempo perdido não pode mais ser utilizado; é como uma porção de vida que se desperdiça e que não pode ser de novo incorporada a ela. O essencial, então, é chegar ao conhecimento de como se deve aproveitar o tempo, para que este cumpra seu objetivo, sem diminuí-lo em nada. Tal conhecimento implica, ao mesmo tempo, conhecer o objetivo primordial da vida. Entretanto, será preciso saber que, mesmo contando a respeito disso com referências merecedoras da maior boa-fé, o homem somente conseguirá concebê-lo amplamente ao direcionar todos os seus esforços para a finalidade superior que, em última instância, conecta a vida humana à Vida Universal. Isso ocorre, dizendo noutros termos, quando a inteligência e o sentir deixam de permanecer alheios à realidade que os cerca por todos os lados. Pois muito bem; para que o tempo seja benigno e possa ser conquistado numa máxima expressão de valor, a pessoa deverá começar por ordenar sua vida. Isto a levará a destinar, a cada atividade que desenvolva, o espaço de tempo que esta requer e que lhe corresponde, sem que lhe seja necessário empregar o tempo de uma atividade em outra, por haver perdido o que a esta outra havia sido destinado. Não podemos esquecer que todo tempo aproveitado ou perdido pertence ao passado, e nesse passado estará, evidentemente, o que se tenha ou não semeado. Depende dessa semeadura o que haverá de ser colhido no presente e no futuro, enquanto são efetuadas novas semeaduras, quer dizer, enquanto se fecunda a vida no estudo, no trabalho e na realização de um constante aperfeiçoamento.

O homem pode adiantar-se ao tempo, acumulando reservas para si mesmo, quando sua inteligência, capacitando-se cada dia mais, produz múltiplas coisas que, mais tarde, haverão de servir-lhe para facilitar o desenvolvimento de suas atividades. Assim, por exemplo, quem pensa de noite em tudo que precisará fazer no dia seguinte adianta-se ao tempo, e para ele nenhum minuto será perdido ao começar a realizar sua tarefa diária. O mesmo acontece se ele pensa no que pode fazer no futuro; neste caso, tendo-se adiantado ao tempo, pode utilizar muitas porções dele para dedicá-las a uma maior expansão da vida, o que implicaria ocupá-lo para diversas finalidades, nas quais ela venha a experimentar, com intensidade, a sensação de multiplicar-se. Tudo isso leva à conclusão de que é inquestionável que quem perde parte de seu tempo perde, também, parte de sua vida. Sendo assim, seria inconcebível que ela chegasse a perder-se no vazio, quando pode ser preenchida com essência eterna e com felicidade.

Revista Logosofia, número 9

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