A disputa pelo controle dos hospitais regionais é intensa no governo do Piauí. E não é para menos, controlar um hospital de grande porte traz benefícios políticos capazes de garantir a eleição de muitos aliados na região. Nas palavras de um experiente político do interior: um hospital é uma prefeitura sem vereador. Ou seja, é controlar um grande orçamento sem ter que dividir 'o bolo' para poder governar.
Na prática, apontamos dois pontos que fazem dos hospitais regionais um espaço desejado pelos políticos: quem comanda um hospital regional tem o direito de garantir o emprego de dezenas ou centenas de apoiadores políticos, com a contratação de trabalhadores do mais diversos níveis de escolaridade; a possibilidade de agilizar atendimentos médicos como consultas, exames e cirurgias para pacientes - que também são eleitores.
Já em relação aos benefícios políticos com a atividade-fim do hospital, se engana quem acha que a oferta de atendimento aos pacientes é feita do ponto de vista totalmente institucional. No interior, é comum a figura da pessoa que "consegue arrumar" uma consulta, um exame e até uma cirurgia. No final das contas, tudo isso entra na cota política. Inclusive, o próprio servidor indicado nos critérios apontados do parágrafo anterior, torna-se peça fundamental do jogo político que envolve o comando dos hospitais.
O Hospital Regional Deolindo Couto, em Oeiras, é alvo de disputa entre os grupos políticos do Progressistas e do PT na cidade.