Esta semana celebramos a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Para celebrar a data, nós, do Coletivo Leituras, abrimos o coração e falamos sobre o nosso envolvimento pessoal com os livros e a leitura – uma atividade contemplativa que é lazer, constrói estórias, faz parte de histórias pessoais e coletivas, expande o conhecimento e o vocabulário, faz-nos fugir do óbvio porque é uma atividade intelectual e que estimula nosso senso crítico, aguça nossos sentidos e ajuda a termos para com as pessoas e as experiências diárias um olhar mais sensível e enternecido.
Ananda Sampaio: A cada ano ou ciclo da minha vida encontro novos bons motivos para ler. Porque um bom livro é fonte de aprendizados que se renovam. Dizem que a partir do momento em que o autor lança a obra, ela deixa de pertencer a ele. A ela vão se incrustando novas perspectivas, interpretações que, por fim, entrelaçam-se com a vivência do leitor. Ler é um exercício de alteridade e ao mesmo tempo de autoconhecimento. É um reflexo no qual nos reconhecemos e nos reinventamos.
Existem livros que me escolheram, aos quais serei grata eternamente porque me deram mais uma fonte de vida, de amor e de fé. Os livros trazem a poesia que o cotidiano usurpa sorrateiramente. Embora seja um hábito muito solitário, é por meio da leitura que me sinto mais conectada ao mundo, aos outros e a mim mesma.
Luciana Lis: Viver em meios aos livros é saber que sempre teremos a oportunidade, ao abrir uma nova obra, de sentir prazer e felicidade; às vezes, tensão, medo e angústia; desdobrar-se; crescer; ir ao outro lado do mundo e além; e, nessa miscelânea de sentimentos e de experiências, ter a certeza de que ao terminar um livro já não seremos mais os mesmos, pois cada leitura é uma experiência indelével– construímos nossa identidade, fantasiamos, ampliamos a compreensão da realidade em que vivemos, já que existe um conhecimento do mundo e dos homens proporcionado pela experiência literária que humaniza em sentindo profundo, não porque ensina ou moraliza, mas porque nos faz viver! Livros são transformadores!
Laís Romero: Quando eu tinha 11 anos, achava que o aspecto mais interessante que uma pessoa poderia exibir era o livro que ela carregava, quando o fazia. Cresci acreditando na beleza do objeto livro e vivendo entre histórias. Se a leitura para alguns é fuga, para mim não se aparta do que é vida.
Eulália Teixeira (que ainda nos oferta uma linda poesia): Desde criança, sempre fui curiosa. Gosto de saber histórias e gosto quando elas me levam ao desconhecido e a outras muitas histórias. O livro me permite isso, entrar em mundos ainda a serem desvendados. E o engraçado é que um dos primeiros livros que ganhei, foi um presente de aniversário, chamado “Longe é um lugar que não existe”, de Richard Bach. Um livro que resume bem o que penso sobre viver: não existem distâncias nem barreiras para nada. Ganhei esse livro e, depois disso, sempre as pessoas me presenteavam com mais livros. Daí, passei a ler muito e querer ler mais.
Comecei com poesia, Da Costa e
Silva, acho que algum perdido pela casa dos meus avós e na minha mesmo, e então
passei a ler Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles. Mas tudo muito
solto, pegava e lia.
Em 1987, antes dos meus 13 anos de idade, li “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva. Este livro me marcou como pessoa e como leitora. Então conheci Hemingway, Clarice Lispector e me agarrava à poesia. Descobri o concretismo dos irmãos Campos, Décio Pignatari, chegando a Arnaldo Antunes. Voltava para os clássicos, Stendhal, Machado de Assis, Dostoyeviski, e muito Hemingway e Drummond. Vivia entre as biografias, os clássicos, os romances e as poesias. Gostava de ler para entender a diversidade do mundo.
Ler, para mim, é conhecer, é descobrir, é encontrar, é se conectar com mundos, pessoas, histórias.
“Muita gente me pergunta por que eu gosto tanto de ler
ou o que me levou a gostar de ler.
Não sei, de verdade.
Acho que foi a curiosidade.
Sempre gostei de indagar, questionar
de entender os acontecimentos
Mas, muitas vezes, para os adultos, tantas interrogações
geram aborrecimentos.
Daí, melhor buscar suas respostas
nas prateleiras sobrepostas
carregadas de conhecimento.
É na estante, em cada abrir e fechar de livro
em cada virar, folhear, acariciar de página
que eu navego entre mundos,
muitas vezes escondidos
nos textos mais profundos
que você nem imagina
e que te leva direto para viver experiências na surdina.
Me deixe com o livro, à vontade
que a gente se entende
Entre nós tem muita reciprocidade
Ao entrar no mundo dos narradores
sinto cheiros, vejo cores e me envolvo com amores.”
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