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O futuro da economia global

Celso Pires - Advogado

21/02/2019 18:05

O surgimento da internet no início dos anos 1990 é uma das últimas quebras de paradigma que transformaram profundamente a economia e a vida das pessoas. Pode parecer exagerado, mas a internet foi uma transformação com impacto tão radical quanto teve uma vez o modelo heliocêntrico de Nicolau Copérnico ou a teoria da relatividade de Albert Einstein, conforme já argumentado por alguns pensadores. No mundo dos negócios, a revolução tecnológica é sem nenhuma dúvida a forma mais evidente de promover mudanças nos mercados. Novos consensos nesta área foram e são constantemente impulsionados por indivíduos como Steve Jobs, Bill Gates, Warren Buffett ou Jeff Bezos; modelos de plataformas inovadoras como WhatsApp, YouTube, SpaceX, Uber, NetFlix, Instagram ou Spotify, provocam mudanças na mentalidade dos consumidores. O despertar na sociedade internacional para a importância de uma mudança da matriz energética baseada em combustíveis fósseis para as energias renováveis e as alterações no equilíbrio da influência do poderio econômico mundial, com a ascensão da China, demonstra as várias facetas destas mutações. A dinâmica da inovação demonstra que as oportunidades podem vir de qualquer lugar, a variação do paradigma de amanhã está acontecendo neste exato momento em alguma paragem do hoje. E o interessante é que a onipresença da inteligência artificial, a revolução verde ou qualquer outro fator de inovação, pode vir integrado com crescimento econômico de países em desenvolvimento, ou a erradicação de doenças pelo globo. Uma maior preocupação sistemática mundial tem surgido, os temas globais estão conectados. Apesar do aparente retrocesso em alguns governos, a tecnologia da informação não pode ser contida. Durante décadas, as empresas líderes no mundo focaram na produção industrial em série e em larga escala ou na extração e processamento de recursos naturais. Sendo o caso de companhias como a Ford, General Electric e ExxonMobil. Ao longo do tempo, corporações da área de finanças, telecomunicações ou vendas de produtos de varejo entraram na lista das 10 empresas com maior valor de mercado. No entanto, atualmente a tecnologia e o comércio se uniram de tal maneira que a informação se tornou mais valiosa do que os ativos físicos. A mudança de paradigma se acelerou tão rapidamente que, nos últimos cinco anos, a lista das maiores empresas com ações negociadas na bolsa mudou radicalmente, as gigantes estão na área de tecnologia. Outra mutação, como dito, se baseia ainda na alteração do poderio econômico. Embora não seja algo novo, chama a atenção a celeridade com que a economia e o desenvolvimento tecnológico chinês avançam. Atualmente, a produtividade econômica de algumas cidades da China é maior do que a de países inteiros. De fato, o país tem mais de cem cidades que ultrapassam o 01 milhão de habitantes. Tendo sido desenvolvidas com base na criação de fábricas, na extração de recursos naturais ou no gerenciamento de dados. Por enquanto, as estimativas indicam que, de 2017 até o final de 2019, a China será a economia com a taxa de crescimento mais alta (35,2%) e que, até 2030, ultrapassará os Estados Unidos como líder na economia mundial. A velocidade das mudanças tecnológicas é impressionante. Entre as grandes inovações tecnológicas da história moderna estão o domínio da eletricidade, a criação do telefone, do carro e do avião. A massificação desses produtos demorou, em alguns casos, várias décadas, considerando o tempo decorrido entre o desenvolvimento do primeiro protótipo e a ampla adesão por parte dos consumidores. Estima-se que no caso do carro foram cerca de seis décadas; do telefone, cinco; e dos cartões de crédito, mais de 20 anos. Hoje, no entanto, pode levar apenas alguns meses para o mercado adotar uma nova tecnologia. Balizado nesta celeridade, o uso crescente de energias renováveis tem aumentado, à medida que os custos de produção decrescem e as tecnologias progridem. Algumas projeções indicam que, em duas décadas, a energia solar e a eólica vão responder por quase metade da capacidade elétrica instalada no mundo. Outras indicam que até o ano de 2047 haverá cerca de 1 bilhão de carros elétricos em trânsito pelas cidades ao redor do globo. A revolução está em andamento, todos nós fazemos parte dela, cabendo a sensibilidade e o discernimento em aprender com os erros do passado, para saber escolher no presente os melhores caminhos para o futuro.

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