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Seleção por competência promete encontrar candidatos ideais

A professora e psicóloga Larissa Milhomem, que é especialista em Psicologia Organizacional, explica as novas exigências do mercado.

02/03/2020 10:38

Em tempos de crise econômica e alto índice de desemprego no Brasil, a busca e a disputa por uma vaga de emprego no mercado de trabalho exige do candidato não só experiência, conhecimento e habilidade, hoje considerados irrelevantes se não colocadas em prática. Mas, o essencial, conforme especialista organizacional, são as competências comportamentais. Isso pelo fato de um estudo realizado pela consultoria norte-americana Leadership IQ, constatar que 10% das novas contratações falham nos primeiros 18 meses de emprego por causa da falta de competências comportamentais. Acredita-se, porém, que competências técnicas podem ser supridas com treinamento, mas entusiasmo, aptidões interpessoais e trabalho ético são habilidades praticamente impossíveis de serem transmitidas a outra pessoa.

Sobre como se preparar para as melhores oportunidades de emprego no mercado neste ano e no futuro, a professora, psicóloga Larissa Milhomem, especialista em Psicologia Organizacional, que ministra minicurso com foco na empregabilidade em um Centro Universitário de Teresina abordando a temática "Recrutamento e Seleção por Competência", afirma que daqui para frente o candidato que busca um bom posto de trabalho no mercado tem que investir cada vez mais nas competências comportamentais. 


"Essas competências chamamos de humana, que nos diferenciam das máquinas. E como está ocorrendo nos dias de hoje uma revolução digital, com a tecnologia que está cada vez mais avançando e substituindo alguns postos de trabalho, exige que sejamos mais humanos para nos diferenciar das máquinas".

Ainda sobre essas competências para se diferenciar das máquinas, a especialista em Psicologia Organizacional enfatiza da necessidade da pessoa que busca emprego possuir um pensamento crítico, ter a capacidade de analisar cenários, ser flexível e adaptado às mudanças que estão cada vez mais aceleradas no mercado de trabalho. "Uma competência que está já há algum tempo e que será cobrada mais ainda no mercado é a inteligência emocional, que é a capacidade de saber, de reconhecer e lidar, não só com as emoções de si mas também dos outros, dos colegas que nos rodeiam no ambiente de trabalho, de pessoas que temos contatos, a exemplo de clientes. Então, é essa capacidade de saber lidar com emoções e sentimentos", explicou.

De acordo com Larissa Milhomem, são essas competências que possibilitam que a pessoa entre, permaneça e cresça no mercado de trabalho. Elas podem ser desenvolvidas não apenas quando se estar trabalhando, mas que podem ser desenvolvidas na vida pessoal, no dia a dia. "A inteligência emocional, por exemplo, é a capacidade de lidar com as minhas emoções e de reconhecer quando estou com raiva e como lidar comigo e com os outros. Então, eu posso me desenvolver nessa competência fora do mercado de trabalho, porque quando eu entrar nesse mercado novamente ou pela primeira vez terei essa competência mais desenvolvida, fazendo com que eu permaneça e cresça dentro da oportunidade no ambiente de trabalho da empresa ou no meu próprio negócio, como empreendedora que me permitirá alavancar esses números.


Colaboradores dentro das empresas estão assumindo mais responsabilidade

Sobre a relação empregado e empregador, subordinado e superior no ambiente de trabalho qual seria esse comportamento, a especialista afirma que cada vez mais o nível de hierarquia está diminuindo dentro das empresas e está mais próximas, mais horizontalizada. Isso porque as pessoas estão assumindo mais responsabilidade no local de trabalho, têm mais autonomia na tomada de decisões e isso faz com que essa relação entre o líder, o gestor e o colaborador seja mais próxima para que essa parceria seja assertiva principalmente na hora que o colaborador adote uma tomada de decisão no seu posto de trabalho. "O colaborador precisa ter mais auto responsabilidade, de poder saber que tem autonomia para tomar algumas decisões, pensar criticamente para decidir de forma mais assertiva. E ao gestor, cada vez mais desenvolver sua capacidade de liderança, que é uma competência que já vem sendo trabalhada e bastante requisitada nas organizações", explicou.

A professora Larissa argumenta que, liderança, trabalho em equipe com foco em resultados e, principalmente, inteligência emocional, serão as competências mais procuradas pelos recrutadores em 2020. O curso que ministra no Centro Universitário, por exemplo, tem  foco especial para técnicas de recrutamento, da divulgação até a contratação, e também conta com treinamento prático. “Para que o melhor candidato seja realmente selecionado, é importantíssimo que os recrutadores tenham, bem definidos, os conceitos de competência. Saber avaliar um candidato de acordo com as exigências da vaga e da empresa definem o sucesso ou não das contratações”, finaliza.


Por: Luiz Carlos de Oliveira
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