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Coletivos e jovens artistas dão fôlego à produção de fotografia

A ideia, segundo os membros dos movimentos, é também incentivar o surgimento e dar visibilidade a novos talentos.

03/09/2019 10:33

Minas Gerais sempre foi um celeiro produtor de grandes fotógrafos. Há diversos nomes de destaque nacional e internacional, como Sebastião Salgado, Rosângela Rennó, João Marcos Rosa, Rui Cezar dos Santos, Eustáquio Neves, Pedro David, João Castilho e Pedro Motta, entre outros artistas como Daniela Paoliello, Rodrigo Zeferino e Rodrigo Albert.

Atualmente, jovens artistas dão fôlego à produção fotográfica, revigorando a linguagem nas artes plásticas, documental e jornalística. O mais interessante é que eles apostam na formação de coletivos e discussões sobre autoria e temporalidade, fugindo das regras clássicas da fotografia e também apostando no retorno às técnicas de filme, papel e base química, ou seja, a fotografia analógica. 

Esses movimentos também estão apresentando, ou resgatando, conceitos para a maior circulação de imagens, como o uso de fotolivros , leilões e lambe-lambes. A ideia, segundo os membros dos movimentos, é também incentivar o surgimento e dar visibilidade a novos talentos.

O retratista e educador Alexandre Lopes conta que a curiosidade e o interesse pela fotografia analógica são características desses coletivos e, naturalmente, o sincronismo com tendências. Para ele, essas características “tornam esse momento propício para a redescoberta de processos e suportes analógicos e toda a possibilidade criativa”.

Lopes acredita que a formação desses núcleos de produção reflete o que acontece em vários nichos da sociedade. “Os coletivos surgem em BH com forte influência do campo das artes plásticas”, diz Alexandre. Um marco é a formação do coletivo Almeida, que se destacou e se tornou referência para a fotografia de rua. “Os integrantes exploram, não coincidentemente, um momento em que as manifestações sociais e políticas se fazem presentes, mas reforçam com imagens um cenário que se deve pesquisar, documentar e difundir para, com isso, ajudar a compreender tal momento”, completa.

O educador destaca que, em geral, os integrantes desses coletivos estão em busca de inovação e apostam na troca de experiências e conhecimento. “Aparentemente, e na maioria das vezes, os coletivos são formados por jovens que têm muitas referências visuais, mas que se esforçam em trabalhar conceitos de composição, luz e cores sem se prender a conceitos estabelecidos pela linguagem fotográfica clássica”, afirma Alexandre.

De acordo com o retratista, o resultado desse “agir em conjunto” são imagens com dinamismo, representatividade de gênero e denúncia.

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