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De que vale a minha vida?

Rejeitado pelos irmãos, vendido como um escravo, longe de casa e da proteção e carinho do pai, José poderia começar a se perguntar: "œDe que vale a minha vida?"

19/09/2018 23:17

José era o 11º filho, dos doze que Jacó teve. Era o preferido de seu pai, e ainda por cima era o “dedo-duro” (ou "cabuêta", no bom piauiês) da má-fama dos irmãos, por isso recebia em troca o ódio deles. Muito novo, aos 17 anos, ainda não entendia o que devia guardar em segredo e o que podia compartilhar, e cometeu a imaturidade de contar pros irmãos os seus sonhos, que nem ele mesmo entendia:

“Ouçam o sonho que tive. Estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes se juntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele”.

Como não podia ser diferente, seus irmãos ficaram irados: “Por acaso você vai reinar sobre nós?”. E José teve outro sonho, compartilhando mais uma vez:

“Desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvaram diante de mim”.

Ao invés de honra e reverência, José recebeu desprezo. Seus irmãos queriam matá-lo, mas para não serem tão cruéis, optaram por vendê-lo para mercadores que passaram pelo caminho. Era só o início de um abismo que só iria ficar mais fundo. Estes que o compraram (por vinte peças de prata), logo adiante o venderam para Potifar, oficial do faraó do Egito.

Rejeitado pelos irmãos, vendido como um escravo, longe de casa e da proteção e carinho do pai, José poderia começar a se perguntar: “De que vale a minha vida?”. Ao invés disso, dedicou-se à carreira que lhe foi proposta, como mordomo na casa do seu senhor. Deu o melhor de si, e conquistou confiança e admiração. Mas o tempo de aparente calmaria acabou, quando a esposa de Potifar o assediou. Como ele não cedeu às suas investidas, ela o acusou de tentativa de estupro.

José foi parar na cadeia. Rejeitado pelos irmãos, vendido como um escravo, longe de casa e do amor do pai, privado totalmente de sua liberdade, poderia se perguntar: “De que vale a minha vida?”. No entanto, ele achou melhor dedicar-se à missão que lhe foi confiada, e fez o melhor que pôde para cuidar da prisão, como pessoa responsável por todos os prisioneiros.

A história é longa e conhecida (mais detalhes em Gênesis 40). Em resumo, depois de alguns anos ele foi lembrado como alguém que interpretava sonhos, e por isso foi chamado pelo rei do Egito, para explicar o que significavam aquelas sete vacas belas e gordas, que foram devoradas pelas sete vacas feias e magras. Deus deu graça a José, e ele revelou que o sonho de Faraó era um prenúncio do que iria acontecer ao Egito: sete anos de prosperidade, seguidos de sete anos de fome e miséria.

Diante de tanta sabedoria, só restou a Faraó reconhecer que José merecia um cargo de confiança, fazendo do prisioneiro o governador, homem mais poderoso de todo o Egito. E coube a ele, mais uma vez, fazer o melhor que podia diante da responsabilidade que lhe foi dada. O fim da história é o cumprimento dos sonhos: José ganhou posição de honra, e pôde salvar seus irmãos e seu pai da fome que se alastrava sobre toda a terra.

Se na primeira dificuldade José tivesse desistido da vida, não seria este o desfecho. É neste ponto que lhe convido a refletir: talvez você esteja pensando nos problemas que batem à sua porta como um ponto final para sua trajetória, mas eles podem ser apenas um trecho mais turbulento do caminho. Seja como escravo, como prisioneiro, diante da solidão e do desprezo, incentivo você a não desistir de dar o melhor de si, a não abandonar a fé, a não se esquecer de que Deus prepara governadores até no vazio de uma prisão. Sua vida tem um grande valor! Creia!

Edição: Pollyana Rocha
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