Celebrado no dia 10 de dezembro, o Dia Universal do Palhaço é uma homenagem ao profissional que vive de fazer graça, mesmo nos momentos mais triste, já que se trata de uma profissão, não de distração. Os palhaços são artistas que têm como único objetivo divertir e despertar um sorriso nas pessoas, sejam crianças ou adultos. A data foi criada para homenagear esses profissionais, que ficaram populares através de suas participações em circos.
Para o artista Jimmy Charles, que também vivencia palhaços no palco, o humor é uma forma de ver o mundo e, principalmente, de encarar os problemas. “O senso de humor se desenvolveu assim ao longo da história da humanidade é por isso que toda piada tem sempre alguma dor contida nela. Não existe piada politicamente correta, isso é elogio. É uma grande bobagem tentarem politizar p humor e mais ainda censurá-lo”, ressalta o artista.
“Resolvo melhor meus problemas levando-os com senso de humor; isso me ajuda a me distanciar das situações e assim resolver os problemas sem estresse e levando em conta o outro lado da questão, o lado da outra pessoa. A ditadura do politicamente correto só leva em conta o lado da "vítima", pra poder problematizar as coisas e assim poder expor seus conhecimentos políticos, uma espécie de autoafirmação intelectual”, observa Jimmy, acrescentando que “o riso traz o sentido à sua presença naquele espaço e momento. É o momento de troca e de aceitação que todo palhaço e todo e qualquer artista busca. Um palhaço não existe sem a plateia, a gente entra ali porque quer o amor do público. É por isso que testamos as piadas no palco, se o público não gostar e não tiver uma forma de melhorar a piada ela é retirada do set.”
O Brasil é terra de diversos palhaços memoráveis, como o Bozo, o Carequinha, o Pimentinha, o Picolino, entre outros. Piolin, o palhaço brasileiro mais famoso, chegou a ser considerado o melhor palhaço do mundo. Foi em sua homenagem que surgiu a comemoração do Dia do Circo em 27 de março, data do nascimento de Abelardo Pinto, que nasceu em 1897. No mundo, um dos nomes mais expressivos foi o de Charlie Chaplin, conhecido como Carlitos, um dos artistas mais importantes da época do cinema mudo.
Para lembrar do Palhaço
No Brasil, o Dia do Palhaço começou a
ser comemorado a partir de 1981, por
uma iniciativa do Abracadabra Eventos,
em São Paulo. Atualmente, esta data é
celebrada em todos os estados brasileiros, sejam por palhaços circenses ou
pelos populares “palhaços de rua”. Em
nível mundial, o chamado International
Clown Week (Semana Internacional do
Palhaço) é celebrado anualmente entre
os dias 5 e 12 de outubro.
A origem
No início da Idade Média, com os teatros fechados, artistas perambulavam por toda parte para atuar onde pudessem, para sobreviver, participando de feiras em várias regiões. Na Alemanha e na Escandinávia eram conhecidos como “gleemen”, e na França, “jongleurs”. Contavam contos, cantavam baladas, eram músicos, malabaristas, acrobatas e toda sorte de artistas. Em épocas mais festivas, grupos de mímicos apresentavam danças e comédias nessas feiras.
Nesses grupos , depois
dos bailarinos, os personagens mais
importantes eram os palhaços, que levavam uma bola atada por um barbante, com o qual iam batendo nos espectadores, a fim de abrir espaço para a
atuação dos mímicos. Com frequência
levava uma vassoura para varrer as
pessoas do local gritando: “Espaço!
Espaço! Preciso de espaço para recitar
minhas trovas!”. As palhaçadas eram,
nessa época, mais importantes do que
a própria história que se apresentava.
O primeiro
palhaço do Brasil
Considerado o primeiro palhaço brasileiro, Benjamim Chaves, era filho de escrava e fazendeiro. Desde cedo revelou talento foi um dos pioneiros na arte circense da interpretação de palhaço. Ator, cantor, instrumentista e compositor, nasceu em Pará (atual Pará de Minas), Minas Gerais, em 1870, e faleceu no Rio de Janeiro em 3 de maio de 1954. Abandonou o lar ainda menor de idade e juntou-se à troupe do Circo Sotero, atuando em números de trapézio e de acrobacia.
Estreou como
palhaço no circo de Frutuoso Pereira (Rua
João Alfredo, Várzea do Carmo, São Paulo
SP), por volta de 1889.
Depois de trabalhar em vários circos,
adquiriu experiência bastante para atuar
como palhaço do Circo Caçamba, então
armado na Praça da República, São Paulo. O sucesso da ideia de conjugar teatro
com circo abriu caminho para a popularização de clássicos, como Otelo, de William Shakespeare (1564-1616), e A Viúva
Alegre, de Franz Lehár (1870-1948), em
que reservava para si os principais papéis masculinos. Nos entreatos cantava
lundus, chulas e modinhas, especialmente de seu amigo Catulo da Paixão
Cearense, acompanhando-se ao violão.
Deixou gravadas algumas músicas na
Columbia, por volta de 1910, como o
monólogo Caipira mineiro, os lundus As
comparações e O baiano na rocha, este
em duo com Mário Pinheiro