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Manifestação: "Estamos sendo tratados como delinquentes”, diz professora

Os servidores da Educação Municipal de Teresina se reúnem novamente nesta quarta-feira (16) no Teatro de Arena, Centro da capital, para protestar por melhores condições de trabalho e condições salariais. Ontem (15), o ato terminou em confronto entre manifestantes e as forças de segurança, que dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo

As vias próximas ao Palácio da Cidade, como a Rua Coelho Rodrigues, estão interditadas, devido às obras de esgotamento. Agentes de trânsito, da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar estão em frente à Prefeitura e acompanham as reivindicações. A categoria irá percorrer algumas ruas do Centro e os professores pedem uma reunião com o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, e o secretário de Educação, Nouga Cardoso. 

(Fotos: Maria Clara Estrêla/ODIA)

Os trabalhadores irão percorrer as ruas do centro 

“Os professores, que cuidam da população, que cuidam dos alunos, sendo tratados como delinquentes em frente à Prefeitura. Ele [Dr. Pessoa] deveria ter dito que não haveria negociação. Ninguém esperava aquela reação e aquele tanto de policiais. Estamos aqui de novo e pretendemos sim continuar com nosso movimento, passeando pelo centro e passando em frente à Prefeitura. Nós queremos ser recebidos e não aceitaremos que eles vão se reunir com o Ministério Público e com o Tribunal de Contas para justificar e nós não sermos ouvidos ou verificarmos esses documentos junto a eles”, disse a professora Cleide Leão, que trabalha na rede municipal há 10 anos.

Abílio Rodrigues é professor da rede municipal há 26 anos, e pontua que o poder público é relutante em aplicar o reajuste do piso anunciado pelo Governo Federal. Entretanto, ele enfatiza que a atual gestão municipal tem demorado ainda mais a negociar com a categoria.

“Em outros anos, as lutas aconteceram, mas não tivemos tanta resistência como estamos tendo agora. No período da campanha eleitoral, o discurso dele falava na valorização do magistério, mas temo percebido o contrário. Sem contar que as escolas não têm a estrutura suficiente para receber os alunos, com relação aos cuidados com a pandemia”, acrescenta.

Atualmente, os professores pedem o cumprimento da lei do piso salarial. Segundo a categoria, o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, está desobedecendo. Os trabalhadores da Educação destacam que têm direito a 33,3% linear, mas o gestor municipal só concedeu 16%. Os professores também pedem por melhores condições sanitárias nas escolas.

A docente Cleide Leão considerou desrespeitoso o modo como a gestão pública tem atendido a categoria "Atender professores e fazer essa balbúrdia de bomba de gás, tropa de choque, é muito feio. Como ele dará exemplo para os professores e alunos agindo desse jeito? Têm escolas que voltaram presencial, mas na realidade os alunos ainda estão online porque as escolas não têm condições sanitárias para atender”, frisou.

O diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm), Sinésio Soares destacou que “existe um bloqueio na rua, mas vamos entrar do mesmo jeito e hoje vamos unificar nosso movimento com os servidores de outras categorias”, explicou.

Contraponto

A Prefeitura de Teresina informou que a manifestação ainda não está na porta do órgão e que, até o momento, o órgão não formalizou nenhum pedido de reunião. Entretanto, informou que o reajuste dos professores da rede municipal de Teresina foi concedido dentro das possibilidades do município e que o retroativo da categoria já foi até pago em folha suplementar.