Durante o período escolar, é
muito comum crianças e jovens
reclamarem de dores de cabeça,
visão embaçada, dores no ouvido e ter um mal desempenho
na escola. Mesmo com o teste
de triagem neonatal (teste do
olhinho e da orelhinha) tendo
indicado normalidade no quadro visual e auditivo da criança, a mesma pode desenvolver
complicações futuras. Segundo
o pediatra Carlos Henrique Rabelo, esses problemas podem
estar diretamente relacionados a
maus hábitos durante o período
escolar.
“Algumas práticas têm relação
direta com o desenvolvimento
desses problemas, como a utilização inadequada e exacerbada
do fone de ouvido, ler livros dentro de ônibus, ficar muito tempo
olhando pra tela do computador
e celular, questão da iluminação
e posição do ambiente de estudo. Tudo isso pode interferir e
gerar lesões irreversíveis; por
isso, é algo que deve ser sempre
observado e policiado”, pontua.
Genética também interfere no surgimento de distúrbios da visão (Foto: Arquivo O Dia)
De acordo com o pediatra,
nos dias de hoje, virou costume crianças ficarem em frente à
tela do computador constantemente, sem repouso algum. Ele
alerta para o perigo da prática e
diz que até a distância do olho
para a tela deve ser reparada. A
criança deve ficar, no mínimo, a
30 centímetros de distância da
tela do computador e do celular,
que também prejudica bastante
a visão. Genética
No período letivo, quando a
criança começa a se socializar
mais, o desempenho auditivo e
oftalmológico deve ter um melhor desempenho e é nesse momento que as queixas aparecem.
O médico explica que as complicações nem sempre advêm
dos hábitos inadequados, elas
também podem ser oriundas
de características genéticas próprias de cada indivíduo.
“Existe uma série de causas
que levam ao distúrbio de visão
e ao distúrbio de audição. No
campo de distúrbio de visão,
existem os de refração, os mais
comuns, como miopia e astigmatismo, assim como outros
distúrbios, por exemplo o glaucoma e a catarata. E isso é uma
herança genética diretamente
relacionada ao gene da criança,
que vai fazer com que o olho
tenha tamanho diferente da retina”, conta Carlos.
Já na audição, ele comenta
que existem os defeitos auditivos congênitos, diagnosticado
ainda no teste da orelhinha, e a
surdez adquirida, que pode ser
variada, desde as infecções nas
otites a tumores na cabeça.
Basicamente esses dois problemas se apresentam através
do desempenho escolar. Na
população pré-escolar, de 2 a
7 anos, há um predomínio de
identificação da hipermetropia,
olho muito grande para a cavidade orbitar. E na segunda fase,
da pré-adolescência começando a adolescência, acontece o
contrário, o olho fica pequeno
demais e as miopias começam
a aparecer. Varia conforme cada
pessoa.