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Fertilização in vitro é mais indicado que inseminação, diz especialista

A cantora Ivete Sangalo anunciou recentemente que estava grávida de gêmeas e que o processo se deu por inseminação artificial. Apesar do sucesso no tratamento da cantora, alguns especialistas indicam a fertilização in vitro ao invés da inseminação, com a justificativa de que as probabilidades são maiores.

Segundo o médico André Luiz Eigenher, especialista em ginecologia e reprodução assistida, a inseminação é um tratamento em que as chances de sucesso giram em torno de 20% a 25%, ou seja, próximo da probabilidade natural. “O procedimento é simplesmente colocar o sêmen dentro do útero. É indicado para casais que não têm muitas relações sexuais, por exemplo”, explica.

Já a fertilização tem de 50% a 60% de chances. O método é indicado para casais que possuem qualquer problema genético. “Na fertilização in vitro, se o homem não tiver mais espermatozoides, pode-se utilizar um sêmen doador; se a mulher está na menopausa e não tem mais óvulo, pode utilizar os óvulos doados. Se nenhum dos dois tem, pode também utilizar um embrião doado, já pronto, que coloca no útero dela. Se ela não tiver útero, a gente estimula os ovários, pega os óvulos, forma os embriões e pega o útero de substituição, que tem que ser de um parente do casal de até quarto grau”, argumenta o médico. 

Para mulheres com mais de 40 anos, as chances de sucesso em ambos os tratamentos são reduzidas, porém, continuam sendo maiores na fertilização in vitro. De acordo com o Dr. André, a idade avançada aumenta os riscos de má formação do embrião.

Katya Cilene é mãe de um casal de crianças e a gravidez de ambos foi feita por fertilização in vitro. Ela tinha 40 anos quando percebeu que não conseguiria engravidar naturalmente, mesmo os exames não apontando nenhum problema genético.

Ela conta que precisou fazer três tentativas para conseguir o primeiro filho, Luís Artur, que hoje tem sete anos. Depois, com a pequena Iara Batista, de quatro anos, o sucesso foi na primeira tentativa. “Hoje tenho meus dois filhos, não me arrependo e indico para quem deseja engravidar e não consegue”, afirma.

Segundo Katya, o tratamento requer muito cuidado, atenção e parceria, porque a mulher começa a injetar hormônio, o que afeta consideravelmente o comportamento. “Às vezes a gente fica muito nervosa, emotiva. Então, tem que ter muita atenção do marido. A pessoa tem que estar disposta realmente e saber o que ela quer”, explica.

Processos

A inseminação é um tratamento que capacita e melhora o sêmen do homem no laboratório, para colocar dentro do útero no momento em que a mulher está ovulando. Para fazer a inseminação, o sêmen tem que ser bom ou ter só uma pequena deficiência que possa ser resolvida no laboratório. Já a mulher tem que ter uma trompa permeável. 

A fertilização in vitro, consiste em estimular os ovários, para que sejam retirados muitos óvulos via vaginal e guiados para ultrassom. O marido colhe o sêmen e é feita a inserção de um espermatozoide dentro de cada óvulo. Eles ficam de três a cinco dias no laboratório se desenvolvendo e depois são colocados os dois melhores embriões para dentro do útero da mulher. 

A duração do processo dos dois tratamentos gira em torno de 30 dias e os riscos são os mesmos que o da gravidez natural. “É até mais seguro, porque como é acompanhado desde o início, fazendo a biopsia do embrião, vai saber que aquele embrião não tem deformação”, frisa.