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Chuvas aumentam risco de leptospirose também em cachorros

As chuvas, e consequentes enchentes, aumentam o risco de leptospirose em humanos e também nos animais. A doença, que pode ser fatal, é causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de ratos e transmitida principalmente nas inundações. Cães, bois e porcos contaminados podem transmitir a leptospirose ao homem, pela urina ou secreções.

A contaminação ocorre quando o animal tem contato com a urina do rato que fica parada em poças d'água, esgotos, bueiros e lama. Cães também podem ser infectados pela urina, sangue ou secreções de outros animais. A bactéria depende do hospedeiro para se multiplicar, mas pode sobreviver por até 180 dias no ambiente úmido ou na água, afirma Ricardo Cabral, veterinário da farmacêutica Virbac. "Por essa razão, a época de chuvas e enchentes é especialmente perigosa."

Manter a carteirinha de vacinação atualizada é a melhor forma de prevenir a doença. A imunização do pet é também forma de proteger a saúde de todos que convivem com os bichos de estimação em casa, diz a veterinária Karina Mussolino, gerente de clínicas do Centro Veterinário Seres, do grupo Petz.


A doença pode atingir humanos e animais. Dependendo do hospedeiro a bactéria pode se multiplicar e sobreviver até 180 dias. Foto: Reprodução

A doença é grave e pode acometer principalmente os rins, levando à insuficiência renal aguda; e o fígado, provocando insuficiência hepática. Segundo o veterinário Mário Marcondes, do Hospital Veterinário Sena Madureira, são vários os sorotipos de Leptospira, mas a manifestação da doença é semelhante na maioria deles.

Marcondes afirma que a gravidade depende da bactéria presente no corpo do animal e do bom funcionamento do sistema imunológico. No entanto, cães com imunidade debilitada e filhotes são mais sensíveis e correm mais risco de morrer.

SINTOMAS E TRATAMENTO

Cães doentes geralmente apresentam febre, falta de apetite, vômitos, desidratação, apatia, fraqueza, cansaço, alterações renais, hepáticas, distúrbios de coagulação. Em casos mais graves, pele e mucosas ganham tom amarelado, e a urina fica com coloração bem escura. Também podem ocorrer diarréia e vômitos com sangue.

Em alguns casos, os sintomas podem demorar a aparecer ou se manifestarem de forma leve. Segundo Marcondes, nessa situação o risco de transmissão da doença para outros animais ou para os humanos aumenta, pois o animal mesmo sem manifestar sintomas específicos elimina a bactéria na urina e secreções. O diagnóstico da doença deve ser feito por meio de exames de urina e de sangue. Se confirmada, o pet deverá ser isolado para o tratamento à base de antibióticos.

Gatos podem contrair leptospirose, mas raramente apresentam sintomas. De acordo com Marcondes, os casos com manifestações clinicas em felinos geralmente são observados na presença de quadros com imunidade mais baixa.

CUIDADOS E PREVENÇÃO

A vacinação contra a leptospirose tem duração inferior a um ano. Por isso, animais que têm muito acesso à rua e locais contaminados, ou vivem em quintal com presença de ratos, devem ser revacinados com maior frequência. O veterinário deve ser consultado sobre as necessidades de cada animal.

A vacina múltipla (conhecida como V6, V8 ou V10) oferece proteção contra ao menos dois sorotipos de Leptospira -os mais comuns no Brasil. A V10 oferece proteção contra quatro tipos. "Porém, esses dois a mais não são tão frequentes no nosso país e, portanto, a vacinação pode ser excessiva nesses casos", diz Cabral.

Além da vacinação, o tutor deve ter outros cuidados para evitar que o animal contraia a doença. Na hora do passeio, deve evitar que o animal brinque em água parada, locais de enchente ou tenha contato, principalmente, com lixo e materiais trazidos de transbordo de bueiros. "Além disso, cães têm instinto caçador e podem ter contato com roedores, principalmente aqueles que vivem em casas", diz Karina.

A doença também pode ser transmitida por alimento contaminados. Por isso, não é aconselhável deixar a ração exposta durante todo o dia ou manter saco aberto sem proteção. Isso pode atrair roedores, que geralmente urinam e defecam logo após comer.

Veja dicas da Petz e do Hospital Senna Madureira: