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'Temer está sendo injustiçado', diz candidato do MDB ao Senado

Lançado pelo MDB para concorrer ao Senado por São Paulo, Marcelo Barbieri vai na contramão de outros candidatos de seu partido que preferiram esconder a imagem do presidente Michel Temer, receosos de se contaminar pela impopularidade.


Marcelo Barbieri (MDB), no centro, é candidato ao Senado por São Paulo (Foto: Divulgação)


"Temer está sofrendo injustiça e sendo massacrado. Ele assumiu um papel que alguém tinha que assumir. Ela [Dilma Rousseff] foi impichada pela Câmara e ele era o vice-presidente. O Brasil estava em recessão. Ele estabilizou a economia", diz o candidato, avaliando que o presidente trouxe uma série de benefícios aos municípios.

Barbieri, que já foi deputado federal e prefeito de Araraquara, não era a primeira escolha do partido para a chapa. Ele assumiu a candidatura apenas quando Marta Suplicy desistiu da vaga, mas acredita que ainda tem tempo para alavancar sua candidatura.

"De todos os candidatos a senador, sou o único que foi prefeito e estou fazendo muitas reuniões com perfeitos, que são um grande cabo eleitoral. A vaga não está decidida. A maior parte da população ainda não escolheu em quem vai votar para o Senado", disse.

Pergunta - O sr. chegou tarde à corrida, só depois que Marta Suplicy desistiu da vaga. Receia que isso o torne menos viável?

Barbieri - De todos os candidatos a Senador, sou o único que foi prefeito. Fui vice-presidente eleito da Associação Paulista de Municípios. Estou fazendo reuniões com perfeitos, que são um grande cabo eleitoral.

A vaga não está decidida. A maior parte da população ainda não escolheu em quem vai votar para o Senado. Estou andando no interior, estive em Marília, Rio Preto, litoral norte, São Carlos, Araraquara.

Em uma semana eu rodei mais do que todos esses candidatos [que estão liderando as pesquisas] juntos. Eles estão acomodados e acham que já ganharam a eleição. Em 2010, o Aloísio Nunes estava atrás e ganhou em primeiro.

Um dos papéis mais relevantes de sua candidatura não seria o de fazer a ponte com o agronegócio para a candidatura de Paulo Skaf ao governo?

Barbieri - Ele está próximo do agronegócio. O Fábio Meirelles, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária, e o filho dele, Tirso Meirelles [indicado por Paulo Skaf para a presidência do conselho do Sebrae] são pessoas que representam o agronegócio.

É óbvio que Skaf tem todo o interesse nessa aproximação e eu também. Eu sou do interior. Isso mostra uma grande aproximação que a nossa chapa tem com o agronegócio.

As candidaturas do seu partido têm sido muito questionadas porque a imagem de Temer está escondida nas campanhas. O que acha?

Barbieri - Temer está sofrendo injustiça e sendo massacrado. Ele assumiu um papel que alguém tinha que assumir. Ela [Dilma Rousseff] foi impichada pela Câmara e ele era o vice-presidente. O Brasil estava em profunda recessão e ele estabilizou a economia, segurou a inflação.

Nunca escondi que sou do partido há 42 anos. Atuei com Michel, sempre fui próximo. Vai terminar o governo e a história fará justiça a ele.

O movimento municipalista reconhece o que Michel fez.No fim de 2016, ele enviou o recurso da multa cobrada no programa de repatriação, que a Fazenda estava resistindo em repassar. Ele garantiu a possibilidade de usar as UPAs para outros tipos de unidades de saúde. Fez um trabalho para garantir que todos os restos a pagar que tinham ficado pendentes até o final do governo dele pudessem ser encaminhados.

Como a sua experiência na prefeitura influencia a defesa que o sr. faz de reforma tributária?

Barbieri - Fui prefeito por oito anos e vivi aquele conflito de atender na saúde muito acima daquilo que a Constituição prevê. Ela prevê que cada município tem que gastar 15% do orçamento em saúde. Eu cheguei a gastar 36%. Construi UPAs, fiz maternidade e unidade de saúde. E mesmo assim não vence porque, quando melhora, aumenta a demanda de pessoas que vêm de outras cidades para serem atendidas.

A conclusão a que eu cheguei é que tem que fazer a reforma tributária. Hoje, de todo o SUS que é atendido 30% passa pelos municípios. E os municípios estão recebendo entre 15% e 16% da verba do SUS. Isso é um absurdo.

Sendo eleito essa é uma tarefa que eu tenho que cumprir, de levantar a bandeira da reforma tributária na saúde para que haja uma reequação da distribuição dos recursos do SUS para atender os municípios.