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Procuradoria pede processo seletivo para escolha de presidente da Caixa

A Procuradoria da República no Distrito Federal enviou ao presidente Michel Temer nesta terça-feira (27) pedido para que o próximo presidente da Caixa Econômica Federal seja escolhido por meio de "processo seletivo impessoal".


Gilberto Occhi foi indicado pelo PP, do senador Ciro Nogueira (Foto: Divulgação)


A recomendação foi feita após o atual chefe da instituição, Gilberto Occhi, indicado ao cargo pelo PP, ser citado na delação do corretor Lúcio Bolonha Funaro como beneficiário de propinas quando ocupava uma das vice-presidências do banco público. Ele nega irregularidades.

A atuação de Occhi como gestor da Caixa vem sendo apurada pela corregedoria do próprio banco e por meio de uma investigação independente, encomendada ao escritório de advocacia Pinheiro Neto.

Os procuradores da República, integrantes da força-tarefa da operação Greenfield, requisitaram ao presidente da Caixa que entregue o relatório do escritório sobre suas próprias condutas.

Indicado do senador Ciro Nogueira teria recebido propinas quando ocupava vice-presidência do banco, conforme delação de Lúcio Funaro (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)

Segundo fonte da Procuradoria, ouvida reservadamente pela reportagem, o documento vem sendo solicitado desde o início do ano, mas a Caixa protela a entrega.

Além do presidente Temer, também receberam pedido para que a escolha do chefe da Caixa seja impessoal o Ministério da Fazenda, o Conselho Administrativo da Caixa e o próprio Occhi.

Conforme a Procuradoria, o documento leva em consideração "a iminente saída de Occhi para ocupar a chefia de um ministério".

Em dezembro, os investigadores no DF já haviam solicitado a saída de quatro vice-presidentes do banco, citados em investigações de corrupção. O pedido foi endossado pelo Banco Central, uma situação inédita, conforme revelou a Folha de S.Paulo.

O presidente Temer, que vinha resistindo à saída dos executivos, acabou determinando o afastamento temporário dos quatro após a intervenção do BC. Dias depois, o Conselho de Administração da Caixa dispensou definitivamente três dos quatro ex-dirigentes.

O documento enviado agora ao Planalto e aos demais órgãos sugere a contratação de serviço de recrutamento para que, com isso, seja formada uma lista quíntupla. A partir dela, o presidente da República escolheria o chefe da Caixa.

"As medidas ora propostas visam melhorar a governança da Caixa, com adoção de boas práticas administrativas à altura da instituição", explicou o procurador da República Frederico Siqueira, um dos integrantes da força-tarefa que assina os expedientes, de acordo com comunicado divulgado pela Procuradoria.

Procurada, por meio de sua assessoria de imprensa, a Caixa ainda não se pronunciou.