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Margarete diz que "espetacularização" da CPI do MEC é ruim para o Brasil

A deputada federal Margarete Coelho (Progressistas-PI) criticou uma possível "espetacularização" da CPI do MEC que ganha corpo no senado federal. Senadores de oposição, comandados pelo piauiense Marcelo Castro (MDB-PI), articulam nos bastidores a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as denúncias de corrupção e tráfico de influência na liberação de recursos para municípios através do Ministério da Educação. O ex-Ministro da Educação, Milton Ribeiro, é um dos investigados. 

Margarete lembrou do dever dos parlamentares ao instaurar uma CPI e lamentou a mídiatização do tema. "Se for para cumprir o papel de investigar e encaminhar isso é normal e necessário, faz parte e está na lei. Quem está na vida pública sempre vai estar exposto a este tipo de expediente. Agora se for para a espetacularização  política realmente isso é ruim não só para as pessoas envolvidas, como também para a política como um todo", disse a deputada.


Foto: Tarcio Cruz/O Dia

Na última quinta (07) o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte, negou qualquer tipo de envolvimento do Fundo no suposto caso de corrupção e tráfico de influência na liberação de recursos para municípios. Ele foi ouvido durante audiência na Comissão de Educação (CE) do Senado.O depoimento de Marcelo se junta ao dos prefeitos, ouvidos na última terça (5), nas investigações de corrupção dentro do Ministério da Educação (MEC). O presidente do Fundo também saiu em defesa do ex-ministro Milton Ribeiro, que deixou o cargo após as denúncias ganharem a mídia.

Marcelo critica parcialidade

Na audiência da última quinta (7), o senador Marcelo Castro questionou o empenho de recursos feitos pelo FNDE de forma parcial

"Você vai construir uma creche, uma escola, de R$ 8 milhões m, e se empenha R$ 100 mil, R$ 30 mil, ou isso é uma burla, uma farsa, ou isso é completamente impróprio. O que um prefeito vai fazer de uma escola de R$ 8 milhões com empenho de R$ 30 mil?! Qual a necessidade de fazer isso? Vai fazer nada! Quem garante que vai ter um novo empenho? O normal é você empenhar 100% dos recursos", disse Castro. 

Propina

Na terça (5), os prefeitos relataram que os pastores cobravam propina nos valores de R$ 15 mil a R$ 40 mil, além de ouro e compras de bíblias, para articular a liberação de verbas junto ao MEC. Diante dos depoimentos, o senador Marcelo Castro, que preside a CE, frisou que municípios cujo prefeitos negavam a propina não receberam nenhum recurso.

"Todos os prefeitos que disseram que não aceitaram dar propina não tiveram nenhum recurso público empenhado. Todos os que tiveram recurso empenhado negam que tenham dado propina. Eu acho que nós chegamos num nível muito baixo da degradação da administração pública", destacou Castro.