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Deputados piauiense ainda não se pronunciam sobre ação contra Temer

Para que a denúncia do procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot, prossiga no Supremo Tribunal Federal (STF), é necessário que o Plenário da Câmara dos Deputados aprove em votação em que pelo menos dois terços dos parlamentares apoiem a investigação. O DIA conversou com deputados federais para saber como cada parlamentar deve se posicionar diante das graves acusações contra Temer. Entre os que atenderam a reportagem, apenas Assis Carvalho (PT) defendeu a investigação e o afastamento imediato de Temer. Os demais ouvidos avaliam a necessidade de estudar a fundo o teor das denúncias. 

Bancada piauiense não quis se posicionar sobre investigação contra o presidente (Foto: Márcia Paravizzi/Ascom)

O deputado federal Mainha (PP) afirmou que no momento não pode-se analisar as coisas sob a ótica das hipóteses e que é preciso esperar fatos concretos para analisar cada situação com responsabilidade. “O país passa por uma grande crise política e institucional, e acompanhamos com preocupação e conscientes dos esforços que devemos fazer para superar este momento”, pontua Mainha, acrescentando que seu partido é da base de apoio a Temer. 

O petista Assis Carvalho lamentou o fato do país está sob o governo do primeiro presidente formalmente denunciado por atos de corrupção no Supremo Tribunal Federal. Ele defende o afastamento imediato do que chamou de presidente ilegítimo e condenou o pronunciamento oficial feito por Michel Temer (PMDB) ontem, na televisão. “Ele deveria ter vergonha de usar o nome de Deus para fazer tanto mal ao povo brasileiro”, avalia o parlamentar. 

Já o deputado federal Silas Freire (Podemos), considera as acusações muito graves, mas afirmou que que precisa conhecer o teor técnico da denúncia. “Se confirmando a gravidade anunciada na mídia, não é questão de absolve-lo ou condená -lo, isso preciso ser esclarecido e o melhor foro é a Justiça. A política não tem competência para isso, e no momento, nem moral”, diz Silas Freire. 

No entanto, o regimento da Câmara destina um parágrafo para explicar o passo a passo das denúncias contra presidentes da República. A presidente do Supremo, ministra Carmem Lúcia, deve informar a chegada da denúncia à Câmara dos Deputados, que após analisar na Comissão de Constituição e Justiça, leva a denúncia ao Plenário. 

O deputado federal Heráclito Fortes (PSB), publicou em rede social integra de uma entrevista concedida ao site Araraquara News explicando o que pensa sobre o assunto. Em seu entendimento, primeiro é preciso analisar a denúncia. “Eu não conheço quais as motivações, quais os fundamentos do procurador, de modo que fica difícil fazer qualquer pré-julgamento sobre isso”, diz Fortes, afirmando ainda que o conteúdo será fundamental no processo, e que é preciso que não haja quebra de princípios e hierarquia a figura do presidente da República. “A figura do presidente da República sempre foi, nesse país, uma figura preservada. Não é que seja blindada, mas é preservada”, diz Fortes. 

O DIA tentou contato com os demais deputados federais. Júlio Cesar (PSD) não foi localizado para comentar, mas em ato que demonstra apoio a Temer, ele acompanhou o presidente e entrou junto de Michel Temer (PMDB) no momento do pronunciamento oficial do presidente. Os demais deputados federais não atenderam as ligações