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Bancada Ruralista no Piauí silencia sobre PL dos Agrotóxicos

A Frente Parlamentar Mista da Agropecuária, conhecida popularmente como Bancada Ruralista, é formada pela maioria de deputados e senadores que defendem o Projeto de Lei 6299/02, que flexibiliza o uso de agrotóxicos em produtos agrícolas. A proposta, apelidada de PL do Veneno, foi aprovada na comissão especial da Câmara de Deputados e agora segue para votação no plenário.

No Piauí, os parlamentares que compõem a Bancada Ruralista decidiram silenciar a respeito do tema. Procurados, os deputados Átira Lira (PSB), Júlio César (PSD), Marcelo Castro (MDB) e Paes Landim (PTB) e o senador Ciro Nogueira (Progressistas) não informaram sobre como deverão votar.

De acordo com o cientista político Vitor Sandes, a Bancada Ruralista é formada em sua maioria por partidos de direita, de centro e de centro direita, que atuam quando os interesses do agronegócio são colocados em jogo. “É uma bancada bastante numerosa, com a presença de parlamentares vinculados aos estados produtores, da pecuária e da plantação de soja, por exemplo”, analisa.

A força dessa bancada, afirma o especialista, deve-se à importância que tem o setor agropecuário para a economia brasileira. Os deputados agem de maneira articulada e se organizam para tencionar determinadas votações ligadas ao setor que representam, como é o caso do PL dos Agrotóxicos.


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Segundo Vitor Sandes, até 2014, quando era permitido o financiamento de campanhas por empresas, os membros da Bancada Ruralista eram mais financiados por empresários do agronegócio e da agropecuária do que outros políticos. “Não é um vínculo apenas programático, mas de padrão de votação. São políticos com bastante trajetória e ligados a grupos que querem que eles continuem no poder, garantindo os interesses do setor agropecuário”, analisa o especialista.