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Após anúncio de intervenção, RJ afasta Secretário de Segurança

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, será afastado das funções. A decisão foi tomada em uma reunião no Palácio Laranjeiras, que acabou por volta de 9h30 desta sexta-feira (16), em meio à crescente onda de violência. Sá, no entanto, não será exonerado do cargo de secretário e pode continuar trabalhando na área, de maneira subordinada ao interventor.

O general Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, foi escolhido como interventor militar e assume as funções de chefia na área de segurança. Uma reunião no quartel-general do Exército, em Brasília, deve definir detalhes da intervenção.

"Hoje de manhã tivemos reunião em que o governador nos comunicou (a intervenção) e naquele momento deixei, de forma muito clara, o cargo à disposição, ao governador para que essa pessoa (interventor) tenha toda liberdade escolher a quem queira designar", disse Sá ao RJTV.

Ainda não há informação se coronéis do comando da PM também serão afastados. "A extensão da medida vai ser anunciada ainda. Teoricamente, o general interventor tem liberdade para escolher (o novo secretário)".

Ele agradeceu a confiança e "doação" dos policiais durante sua gestão, se dizendo orgulhoso.

"Fui o criador do RAS, do sistema de metas, da RISP e um dos precursores da UPP. Só que acabou o dinheiro e a gente continuou até porque o Rio merecia. Essa necessidade de, no momento mais crítico da história do país e do Rio de Janeiro financeiramente, evitar o mal maior, o que foi evitado: greves foram evitadas, caos maiores foram evitados, para agora poder fazer uma transição e passar para um momento de melhora".

Carnaval: 'Polícia é surpreendida'

Sá discordou do governador Pezão, que reconheceu "falha" no planejamento de segurança durante o carnaval.

"Em termos numéricos, teve menos indicadores de criminalidade do que nos outros, com menos recurso. Claro que as imagens são impactantes e quando são feitas e divulgadas fica parecendo que está acontecendo várias vezes. Não tem instituto de segurança público mais transparente que o nosso".

"Havia um decreto em que polícias civil e militar poderiam dar nada a opor para eventos de grande monta, mas foi revogado em 2016. Hoje, polícia é surpreendida com anúncio de blocos gigantes e, sem recurso, tem que atender. Há necessidade, sim, de polícias terem voz ativa e dizer: 'Não tem condições de fazer três megablocos de 500 mil, 1 milhão de pessoas no mesmo dia. Com o recurso que temos, está no limite'".

Intervenção

O afastamento do secretário de Segurança ocorre pouco depois do anúncio da decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de decretar intervenção federal na segurança pública no Estado do Rio. O prazo da intervenção é até 31 de dezembro de 2018, último dia do governo de Pezão.

Com essa medida, as Forças Armadas assumem o comando das polícias Civil e Militar no estado. A decisão ainda terá que ser analisada pelo Congresso Nacional.

Durante a intervenção, a Constituição Federal não pode ser alterada, o que pode afetar o andamento a reforma da Previdência, que é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e tem votação marcada para a semana que vem na Câmara dos Deputados.

Dentro do governo, foi discutida a hipótese de suspender a intervenção durante a votação da Previdência, e depois retomá-la. Mas ainda não há definição sobre essa estratégia.