A religião teria sido o motivo alegado pela mãe da menina de 10 anos, internada no HUT após ser envenenada em um suposto ritual de magia negra. A mulher prestou depoimento nesta quarta-feira (20). O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
De acordo com a conselheira tutelar Socorro Arraes, que denunciou o caso à polícia, a mãe já frequentaria o local há pelo menos três anos e sempre levava a filha. A intenção dos trabalhos realizados na menina seria curá-la de um problema respiratório. “O pai nos contou que a pessoa teria cobrado R$ 3 mil pelo serviço, mas a família não tinha como pagar. Deram uma quantia de R$ 500, pelo que soubemos”, disse a conselheira.
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Até agora, não há informações sobre onde fica esse local cujas práticas eram realizadas. Sabe-se apenas que é no Maranhão. “Cabe à polícia investigar quem são os responsáveis por isso, pois outras crianças podem ser vítimas”, destacou Socorro Arraes, acrescentando que o tratamento consistia em raspar o cabelo e fazer os desenhos de cruz nos braços, com material pontiagudo, além de tomar a substância que provocou o envenenamento da menina.
Para a conselheira, a família pode ter sido motivada pelo desespero ou pela fé, mas ela defende que houve negligência. “A mãe fala que é a sua religião, e religião a gente não discute, mas falta o entendimento. Existe uma criança em estado grave, provavelmente irreversível, devido a um líquido que ela ingeriu para tratar uma doença”, lamenta a conselheira.
Segundo Socorro Arraes, a mãe não foi considerada foragida. Ela teria apenas ficado com medo da exposição e de ser responsabilizada pelo envenenamento da filha.