O� comandante da PolÃcia Militar de São Paulo, coronel Benedito Roberto Meira, descartou na madrugada desta terça-feira (6) que a famÃlia de policiais militares morta na Zona Norte de São Paulo tenha sido vÃtima de um ataque ou de uma retaliação por arte de alguma organização criminosa.
"O que a gente descarta em um primeiro momento é um ataque, uma retaliação de qualquer tipo de facção [criminosa], pelas caracterÃstica do que foi encontrado no local. Não tem nenhum objeto revirado, o armamento foi o mesmo em todas as mortes e não tinha sinal de arrombamento", disse Meira.
Nesta segunda-feira (5), um casal de policiais militares, o filho de 13 anos, a mãe de um dos policiais e uma tia foram achados mortos em uma casa na Rua Dom Sebastião, na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo. Inicialmente, a polÃcia trabalhava com as hipóteses de execução, crime passional e latrocÃnio. Foram encontrados mortos o sargento da Rota LuÃs Marcelo Pesseguini, a cabo da PM Andréia Regina Bovo Pesseguini, a mãe da policial militar, Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos, a tia da policial, Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos, e o filho do casal, de 13 anos.
IndÃcios
Mas peritos que estiveram no local levantaram a hipótese de execução
seguida de suicÃdio. Alguns indÃcios apontam que o autor dos crimes
seria o próprio filho do casal, de 13 anos.
"O menino era canhoto e o disparo foi feito do lado esquerdo da cabeça dele e a arma estava debaixo do corpo do adolescente", falou Meira. No entanto, ele ressaltou que a polÃcia não descarta que outras linhas de investigação possam aparecer nos próximos dias.
Segundo o comandante da PM, ao menos duas armas foram apreendidas na residência, um revólver calibre 32, encontrado em uma mochila junto com outros pertences do menino logo na porta de entrada, e uma pistola calibre .40, de propriedade da PolÃcia Militar mas que estava de posse da cabo. "O revólver era da policial, que ficou com a arma do pai, após o falecimento dele", explicou Meira.
O oficial afirmou que foram efetuados ao menos cinco tiros dentro da casa, todos compatÃveis com um pistola .40. Apesar disso, apenas exames de balÃstica deverão comprovar se os disparos foram feitos pela pistola encontrada sob o corpo do garoto morto. "O que os peritos apuraram aqui é que não tem nenhum estojo diferente do de .40 na residência."
Além disso, a perÃcia localizou cinco cartuchos de pistola .40 deflagrados, além de um carregador com outros projéteis não deflagrados e mais um na câmara de disparo da arma, perfazendo um total de 14, justamente a capacidadetotal de um carregador.
Além do exame de balÃstica da arma, um conjunto de provas e perÃcias deverá ser realizada ainda na madrugada desta terça-feira, segundo Meira. "Por exemplo, o exame toxicológico dos corpos. Será que essas pessoas tomaram algum tipo de medicamento, alguma substância que as deixaram adormecidas?", questionou.
Imagens
Na madrugada também, seriam analisadas imagens de câmeras do circuito
de segurança de residências próximas à escola particular onde o menino
estudava e onde foi encontrado o estacionado o carro da policial militar
morta, um Corsa Classic prata, no inÃcio da noite desta segunda-feira
(5).� Segundo o comandante da PM, o menino chegou a ir à escola no
perÃodo da manhã, pois foi encontrado na mochila dele um bilhete com
orientações para os pais.
"Um veÃculo não está na residência, que é o da policial militar. Esse veÃculo foi encontrado em frente à escola onde o garoto estuda. O DHPP (Departamento de HomicÃdios e Proteção à Pessoa, da PolÃcia Civil) vai ter condições de apurar quem estacionou o veÃculo no local. Já foram apreendidas todas as filmagens das residências e dos prédios próximos. Quem estacionou este veÃculo. Essa outra pessoa que estacionou pode ser um adulto, talvez até mesmo da famÃlia, ou que conheça a famÃlia. Pode ser ele", disse Meira, para justificar que outras linhas de investigações para o crime não sejam descartadas. "Tudo leva a crer que foi um crime planejado", completou.
O comandante da PM negou que os policiais militares mortos tivessem
problemas psicológicos ou mesmo que já tenham sido investigados pela
Corregedoria da corporação. "Fomos checar se houve alguma ameaça contra
eles, pois isso é relatado à Corregedoria, mas também não há nada neste
sentido", disse. Os corpos foram encontrados depois que colegas da cabo
estranharam ela não ter comparecido ao trabalho na manhã desta
segunda-feira, disse Meira.