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Somente 0,01% do lixo de Teresina passa por coleta seletiva

“Eu faço coleta seletiva, sim. Recolho todo o lixo e junto para ser levado depois pela Prefeitura”, comenta o comerciante Raimundo Soares. Ele não sabia, até conversar com a equipe do Jornal ODIA, que, na verdade, não fazia coleta seletiva, apenas recolhia o lixo que produzia. Como ele, muitas pessoas na capital ainda não têm o costume de fazer a separação do lixo e, muitas, sequer sabem como funciona o processo. No total, apenas 0,01% do lixo produzido na capital é selecionado.�

No cesto de lixo de Raimundo, restos de coco verde, embalagens de papel e copos de plástico dividiam o mesmo espaço. A coleta seletiva funciona exatamente com a separação do lixo por tipo de material para que o processo de reciclagem seja facilitado, especialmente quando se elimina a contaminação do material reciclado pelos resíduos orgânicos.�

“Um dos pontos principais, pensando pelo lado da gestão, é que a coleta seletiva aumenta a vida útil dos aterros sanitários, já que apenas resíduos orgânicos ou sem nenhuma possibilidade de aproveitamento são levados ao aterro. O restante será destinado às cooperativas de reciclagem. Outro ponto extremamente positivo é que reduz a extração de recursos da natureza. Se já existe papel e papelão para ser reciclado, não será necessário extrair mais celulose”, explica o secretário administrativo de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), Vicente Moreira.�

Ele destaca que, em toda a capital, há 10 postos de coleta seletiva, distribuídos em todas as zonas da cidade. Contudo, poucas são as pessoas que fazem a separação do seu lixo. Segundo ele, é compreensível a pouca adesão devido ao trabalho que envolve a seleção dos materiais. Com a implantação no novo Sistema Integrado de Limpeza Pública, a intenção é que o percentual aumente para 2%.�

“Atualmente, das 16 mil toneladas de lixo produzidas todos os meses em Teresina, somente 18 toneladas são de lixo selecionado. A nossa preocupação, a partir de agora, vai ser aumentar esse percentual e buscar uma solução para essa reciclagem, porque não há ainda em Teresina cooperativas suficientes para reciclar todo esse material que será gerado, mesmo com esse baixo percentual estabelecido como meta”, declara o secretário.

Mais informações no Jornal O Dia deste sábado (23).