A Confederação Nacional
do Transporte (CNT) divulgou,
na última semana, uma
pesquisa que aponta o perfil
dos taxistas, com informações
gerais sobre a atividade.
Mais de 90% dos profissionais
entrevistados acredita
que houve uma diminuição na
demanda por seus serviços no
ano de 2015. Entre os principais
motivos apontados estão
a crise econômica do país e o
transporte clandestino.
Os dados da pesquisa também
refletem a realidade vivenciada
pelos taxistas que
atuam em Teresina. A diminuição
da demanda pelos serviços,
aliado ao aumento nos
gastos para manter o veículo,
faz com que muitos desistam
da profissão em busca de alternativas
de subsistência.
O taxista Paulo Ricardo Silva
atua em um ponto no Centro
da Capital. Segundo ele, o
ano de 2015 foi um dos mais
complicados para a categoria.
“A procura diminuiu muito no
ano passado. O dinheiro está
circulando muito pouco no
Estado e as pessoas estão se
resguardando. O preço da corrida
até que é acessível, mas as
pessoas estão deixando de utilizar
o serviço”, comenta.
O transporte clandestino é
outro fator que contribui para
a diminuição da procura pelos
serviços dos taxistas. “Para
manter um carro regular, você
gasta muito, já o clandestino
não gasta nada, simplesmente
coloca o carro para rodar nas
ruas. Gastamos muito para
manter o carro regular, mas a
fiscalização ainda é deficiente”,
comenta Paulo Ricardo.
Despesas
Outro problema identificado
na pesquisa divulgada pela
Confederação Nacional do
Transporte é o alto impacto
do preço do combustível para
a atividade dos taxistas. Os
gastos não crescem na mesma
proporção em que a bandeirada
do serviço de táxi.
Taxista há mais de 30 anos,
Renato Barbosa já pensou em
desistir da atividade algumas
vezes. Ele conta que os gastos
com a manutenção do veículo
dificultam cada vez mais
a continuidade na profissão.
“O que ganhamos hoje não
da pra cobrir as despesas que
temos, principalmente com
combustível, que aumenta
praticamente toda semana.
Em pouco tempo, vai ser quase
impossível continuar trabalhando
como taxista”, pontua.
Outros dados
Vulnerabilidade e a falta de
segurança também são fatores
que prejudicam a atuação dos
taxistas. A pesquisa da CNT
aponta que 28,5% dos entrevistados
foram vítimas de assalto
pelo menos uma vez nos
últimos dois anos. “Quando
saímos de casa para trabalhar,
não temos ideia do que vamos
encontrar pela frente. Os riscos
são muito grandes”, comenta
Renato Barbosa.
Foto: Assis Fernandes/ODIA