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Obras de saneamento básico em Teresina estão paradas há 16 anos

Investir em saneamento reflete diretamente em uma comunidade, seja nas questões ambientais, urbanísticas, bem como na prevenção de doenças e promoção à saúde. Os gestores municipais e estaduais até têm investido nesta área, porém, de maneira descontinuada e com resultados a longo prazo.

Em Teresina, uma das primeiras iniciativas voltadas para o esgotamento sanitário começou na gestão do então governador Alberto Silva, englobando sobretudo a área do Polo de Saúde e um trecho do bairro Morada Nova, na zona Sul da Capital, onde existia uma lagoa de decantação e estabilização. Em 1998, o governador da época, Mão Santa, deu continuidade e implantou o Projeto Sanear na zona Leste da cidade, com investimento superior a 30 bilhões de cruzados novos.

Desde 2001, quando o governador da época foi cassado, poucos investimentos foram feitos neste seguimento, deixando a Capital quase 16 anos estagnada. Somente nos últimos quatro anos, a Capital voltou a ter obras destinadas à área, com o Projeto Lagoas do Norte, que contempla 13 bairros e aproximadamente 100 mil pessoas. Sua segunda etapa deve ser concluída nos próximos cinco anos, somando mais 10% de esgotamento sanitário, totalizando 27% em toda Teresina.

Moradores são os principais prejudicados com a falta de esgotamento sanitário (Foto: Arquivo O Dia)

Um número bastante pequeno se levar em consideração o crescimento considerável da cidade ao longo dos anos, sobretudo nas áreas extremas e periféricas, inversamente proporcional ao saneamento, que caminha em passos lentos. Segundo o jornalista e líder do governo Alberto Silva, Tomaz Teixeira, a continuidade do projeto Sanear foi de fundamental importância para a verticalização da zona Leste.

“Para a zona Leste, esse esgotamento foi necessário para que se pudesse construir os edifícios. Mas os governantes que vieram depois não fizeram investimento e a cidade não conseguiu crescer nesse quesito. A cada milhão que se investe em saneamento básico, economiza-se quatro milhões na Saúde, adoecendo menos pessoas”, disse.

É o que relatava a dona de casa Maria Ivoneide da Silva, que reside no bairro São Joaquim - um dos contemplados com o Projeto Lagoas do Norte, há mais de 20 anos. Sua casa fica localizada em frente a um córrego, trecho que ainda não teve as obras iniciadas e acumula lixo e água de esgoto.

Ainda próximo a sua residência, há uma lagoa completamente poluída e imprópria para banho e pesca, mesmo assim, há quem se aventure e arrisque um mergulho ou fazer uma pescaria. Tudo isso tem causado muitos transtornos para as famílias, que convivem diariamente com mosquitos, mau cheiro e doenças, atingindo em especial crianças e idosos. “Quando chove, a rua fica coberta por lama, impossível de transitar. Com isso, somos obrigados a ter que pisar no esgoto para chegar até a avenida, o que nos causa doenças”, diz.