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Médico tem autonomia para receitar cloroquina, mas deve estar ciente dos riscos

No início desta semana, o Ministério da Saúde decidiu mudar o protocolo de atendimento às vítimas do Coronavírus no Brasil e liberar o uso da Cloroquina aos pacientes. A medida vem gerando polêmica e debates em torno da real eficácia do medicamento, principalmente no tocante aos efeitos colaterais que sua administração pode trazer. No entanto, a Cloroquina só deverá ser receitada a pacientes que estejam em estado grave nas UTI’s. Para pacientes leves, o Ministério da Saúde não aconselhou sua utilização.


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Na última quarta-feira (08), o governador Wellington Dias autorizou a Secretaria de Saúde (Sesapi) a comprar Cloroquina para o tratamento da Covid-19 nos pacientes piauienses em estado grave. Ontem (09), o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) emitiu um parecer conjunto sobre a administração do medicamento nas vítimas da doença.

No documento, o CRM-PI diz que o médico tem autonomia para prescrever a cloroquina e a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, mas que tem estar ciente dos riscos e precauções que deve tomar quanto aos antecedentes dos pacientes em relação a cardiopatias, insuficiência hepática, epilepsia ou hipersensibilidade à droga. O Conselho ressalta que os pacientes para os quais forem prescritas a cloroquina ou hidroxicloroquina precisam ser monitorados quanto aos adversos eventos cardiovasculares e outros inerentes ao uso do composto.


CRM-PI emitiu parecer conjunto com a Câmara de Infectologia do Piauí sobre o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19 - Foto: Agência Brasil

O CRM pontua ainda que o paciente deve ser informado pelo médico de todas as possíveis complicações e efeitos colaterais mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que foi anexado ao parecer divulgado pelas Câmaras Técnicas de Infectologia e de Medicina Intensiva do Conselho Regional de Medicina do Piauí.

“Os resultados da utilização da cloroquina são apenas experimentais, não havendo evidências científicas comprovando a sua eficácia. Os estudos sobre a utilização [da cloroquina] para tratamento de Covid-19 estão sendo atualizados a todo momento, devendo o médico buscar as orientações necessárias e atuais junto aos órgãos superiores de saúde a respeito de doses, duração do tratamento e associações com outras drogas”, finaliza o parecer do CRM-PI.