Após meses de impasse, a
Secretaria dos Transportes
do Piauí (Setrans) lançou o
edital para a contratação
da empresa que deve elaborar
o projeto de Licenciamento
Ambiental para
dar continuidade à obra de
alargamento da Ponte Juscelino
Kubitschek. A construção,
que está parada
desde o segundo semestre
de 2014, deve resultar na
retirada dos carnaubais
que ficam nas extremidades
da ponte.
Contudo, um grupo
formado por estudantes
e professores da Universidade
Federal do Piauí
(Ufpi) vem discutindo os
problemas de mobilidade
urbana de Teresina e estão
propondo outra destinação
para a terceira faixa da
ponte que liga a Avenida
Frei Serafim à Avenida
João XXIII.
“Já fizemos várias reuniões
e a proposta é que
a ponte do meio seja um
prolongamento do canteiro
da Avenida Frei Serafim e
que sirva de acesso exclusivo
a pedestres e ciclistas
e também como área
de lazer”, explica Luan
Rusvel, integrante do coletivo
urbano FRITHE.
Segundo Luan, que é
estudante de Arquitetura
da Ufpi, a Ordem
dos Advogados do Brasil,
seccional Piauí (OAB-PI),
está assessorando o coletivo
quanto à legislação
que trata do uso do espaço
urbano. “Primeiramente, a
OAB foi a instituição que
identificou uma série de
irregularidades, nas obras,
relativas ao mau uso dos
recursos públicos, falta
de estudo dos impactos
ambientais e falta de projeto
para a ponte”, destaca.
Já para o operador de
máquinas, Adenir Lima
Sousa, novas faixas de
acesso devem facilitar a
vida dos motoristas que
passam, todos os dias,
pela ponte. Tendo a bicicleta
como principal meio
de locomoção, o operador
revela que a implantação
de espaços para os ciclistas
que passam pela região
seria o ideal. “Acho importante
a criação de novos
espaços na ponte também
para quem anda de bicicleta,
porque corremos
muito perigo diariamente
ao passar pelos carros.
Nós precisamos de mais
liberdade e mais espaço na
cidade”, conta.
Por outro lado, o motorista
Antônio Luís da Silva
conta que o alargamento
da ponte é necessário, mas
não na área central. “O
alargamento da ponte deve
melhorar o trânsito na
ponte, mas acho que essa
obra não tem rumo. A faixa
do sentido Centro-Leste é
que deveria ser ampliada
porque o fluxo é maior. Não
vejo sentido em ampliar a
ponte no centro”, disse.
Para o comerciante
Francisco Materno, apesar
da ampliação da ponte ser
necessária, a retirada dos
carnaubais destrói a paisagem
natural da cidade.
“Os carnaubais são um
cartão-postal da nossa
cidade, deixando ela mais
bonita. Deviam alargar a
parte da ponte que leva à
Potycabana, porque lá o
trânsito é maior”, sugere.
Após o licenciamento,
outro processo licitatório
para a construção dos
acessos da ponte deverá
ser feito. A primeira parte
da obra da Ponte Juscelino
Kubitschek, que liga
o Centro à zona Leste da
capital, já foi concluída.
No entanto, a segunda
parte da obra, que seria
a construção das alças de
acesso dos dois lados da
via, nunca foi iniciada,
permanecendo apenas
a pista de rolamento no
meio da ponte.
O objetivo da construção
das alças de acesso
é trazer maior fluidez
ao trânsito, reduzindo
o congestionamento de
veículos tanto na Avenida
Frei Serafim quanto na
Avenida João XXIII. A
parte já concluída da obra
tem uma extensão 427,20
metros e tem largura
média de dez metros.
Foram gastos na primeira
etapa R$ 18.434.806,83,
provenientes do Governo
do Estado.